domingo, 20 de janeiro de 2013

Hello, good morning, how you've been?

Ela não precisa de muito pra ser feliz. Alguns livros bons e de preferência os antigos com aquele típico cheiro de livro guardado na prateleira, uma xícara de café de manhã, esmalte preto, cabelo que acorda arrumado, roupa já em mente, fones de ouvido, aquela playlist que ela chama de favorita e alguma inspiração pra levantar da cama. Ela gosta de entrar no trem e mudar, por um dia, o seu rumo da rotina. Ela queria ir naquela cidade que fica no final da linha do trem. Ela foi lendo. Ela tem aquela capacidade de mergulhar no livro com toda sua alma. Compreende os personagens, sente o que eles sentem e fica passando a cena em sua cabeça. Adora isso. Livros de clichês românticos? Não, obrigada, ela dispensa. Ela gosta de aventura, de emoção, de algum amor complicado, de alguma pitada de mistério e de sentir a liberdade que cada personagem tem.
Os seus olhos brilham toda vez que descobre algo novo. Toda vez que consegue algo. Toda vez que se sente perto dos seus sonhos. Seus sonhos? Ela se segura neles, como se sua vida dependesse disso. E talvez dependa. O dia passou rápido, ela sentou em uma lanchonete perto de uma praia pra escrever um pouco, distrair a cabeça dos próprios pensamentos, ter um tempo pra si mesma. O trem chegou, hora de voltar pra casa. Na verdade, ela já está em casa. O mundo é a casa dela. Aquela cidade. Aquela sensação de estar bem consigo mesmo é a casa dela. Ela abriu um sorriso com esse pensamento. Ela se sentou e do lado dela, havia uma mulher, já de idade, que sorriu pra ela quando sentou. Aquilo fez o dia todo valer a pena. Saber que ainda existem pessoas que não precisam de um motivo para abrir um sorriso para estranhos. Elas conversaram até chegarem ao destino de ambas. "Você ainda vai ser muito feliz, menina. Se parece comigo quando eu era mais nova... sonhadora". E foi com aquela frase que ela se sentiu melhor do que imagina que poderia se sentir naquele dia. Não precisou de muito. Foi um dia que muitos consideram normal. Mas pra ela não. Foi um dia cheio de pequenos detalhes que arrancaram um sorriso dos lábios. Aquele dia era um típico dia que ela ia sempre se lembrar. Um dia simples aos olhos de qualquer um, um dia simplesmente feliz, para ela. São dias como esse que a lembram como a vida pode ser boa. E que dias ruins estão ai pra fazer com que dias bons valham a pena. Dias ruins foram feitos pra tirar aprendizado, dias bons pra colocar em prática. E ela sabe disso. E se ela esquece disso? Esquece, quase todos dias. Mas ainda sim são nas pequenas coisas que ela vai se lembrando, aos poucos.
Ela tomou um longo banho de banheira, com aquelas velas com cheiro de perfume doce de jasmin que ela adora e ao som de John Mayer. Após pelo menos quase 2 horas, ela colocou seu pijama preferido e sentou na varanda da frente, apenas observando a lua, as estrelas, os aviões que passavam e ficava imaginando quem estaria lá dentro, pra onde iriam e qual eram a história deles. Quantas pessoas estariam observando aquelas mesmas pessoas e de que parte do mundo? Ela chegou a conclusão que não importa onde essas pessoas estavam, o que importava é que elas conseguissem enxergar a beleza daquelas estrelas. E acima de tudo, da vida.








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