quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

9am, city side.

Naquela específica manhã, ela levantou atrasada por algum motivo (sono, talvez) e se vestiu rapidamente, mas não aleatoriamente. Ela não poderia perder o trem. Era por volta das nove horas da manhã de uma manhã incrivelmente gelada de janeiro, e as notícias diziam que ia nevar. O trem não demorou a chegar. E foi naquele trem, que ela estava cada vez mais convencida do quanto ela havia crescido em um espaço tão curto de tempo. Ela cresceu assim, sem perceber. Ela teve que tomar mil e uma decisões que a levaram até aquele trem, as 9 horas da manhã. A decisão já foi dificil, mas nada se compara com o quanto foi estar ali, naquele momento. Não pelo fato dela ter acordado atrasada e quase perdido hora, mas o fato dela estar lá, fazendo isso. Ela deixou pra trás anos da sua vida e embarcou rumo ao desconhecido. E ela tinha certeza que não ia ser fácil. Só que pelo menos ela era mais ela mesma. Lá fora passava alguns pontos e paisagens sendo rapidamente deixadas pra trás, e ela já sabia reconhecer o caminho, as estações e as pessoas que vinham naquele mesmo trem, todo dia, durante toda semana. Ela ficava imaginando o que os teria levado até ali, naquele trem, naquela rotina. De repente, aquela paisagem. Aqueles traços de prédios e pontes que ela via todos os dias e todos dias tinham nela o mesmo efeito: amor. Ela amava aquilo com todas as suas forças e com todo o seu ser. E o trem parou. E como todos os dias aquela sensação de felicidade tomava conta dela. Como se ela estivesse pisando nas nuvens. Ela não ligava para as pessoas apressadas e com feições mal humoradas, ou o fato de tudo ter que ser rápido, aquilo a fascinava.
Ela andou alguns blocos até a faculdade. E por ela, ela ficaria andando o dia todo. Tudo aquilo era novo pra ela... como se ela tivesse aprendido a olhar tudo pela primeira vez. E talvez era isso que tornava tudo tão mais maravilhoso; a sua nova visão de mundo.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Hello, good morning, how you've been?

Ela não precisa de muito pra ser feliz. Alguns livros bons e de preferência os antigos com aquele típico cheiro de livro guardado na prateleira, uma xícara de café de manhã, esmalte preto, cabelo que acorda arrumado, roupa já em mente, fones de ouvido, aquela playlist que ela chama de favorita e alguma inspiração pra levantar da cama. Ela gosta de entrar no trem e mudar, por um dia, o seu rumo da rotina. Ela queria ir naquela cidade que fica no final da linha do trem. Ela foi lendo. Ela tem aquela capacidade de mergulhar no livro com toda sua alma. Compreende os personagens, sente o que eles sentem e fica passando a cena em sua cabeça. Adora isso. Livros de clichês românticos? Não, obrigada, ela dispensa. Ela gosta de aventura, de emoção, de algum amor complicado, de alguma pitada de mistério e de sentir a liberdade que cada personagem tem.
Os seus olhos brilham toda vez que descobre algo novo. Toda vez que consegue algo. Toda vez que se sente perto dos seus sonhos. Seus sonhos? Ela se segura neles, como se sua vida dependesse disso. E talvez dependa. O dia passou rápido, ela sentou em uma lanchonete perto de uma praia pra escrever um pouco, distrair a cabeça dos próprios pensamentos, ter um tempo pra si mesma. O trem chegou, hora de voltar pra casa. Na verdade, ela já está em casa. O mundo é a casa dela. Aquela cidade. Aquela sensação de estar bem consigo mesmo é a casa dela. Ela abriu um sorriso com esse pensamento. Ela se sentou e do lado dela, havia uma mulher, já de idade, que sorriu pra ela quando sentou. Aquilo fez o dia todo valer a pena. Saber que ainda existem pessoas que não precisam de um motivo para abrir um sorriso para estranhos. Elas conversaram até chegarem ao destino de ambas. "Você ainda vai ser muito feliz, menina. Se parece comigo quando eu era mais nova... sonhadora". E foi com aquela frase que ela se sentiu melhor do que imagina que poderia se sentir naquele dia. Não precisou de muito. Foi um dia que muitos consideram normal. Mas pra ela não. Foi um dia cheio de pequenos detalhes que arrancaram um sorriso dos lábios. Aquele dia era um típico dia que ela ia sempre se lembrar. Um dia simples aos olhos de qualquer um, um dia simplesmente feliz, para ela. São dias como esse que a lembram como a vida pode ser boa. E que dias ruins estão ai pra fazer com que dias bons valham a pena. Dias ruins foram feitos pra tirar aprendizado, dias bons pra colocar em prática. E ela sabe disso. E se ela esquece disso? Esquece, quase todos dias. Mas ainda sim são nas pequenas coisas que ela vai se lembrando, aos poucos.
Ela tomou um longo banho de banheira, com aquelas velas com cheiro de perfume doce de jasmin que ela adora e ao som de John Mayer. Após pelo menos quase 2 horas, ela colocou seu pijama preferido e sentou na varanda da frente, apenas observando a lua, as estrelas, os aviões que passavam e ficava imaginando quem estaria lá dentro, pra onde iriam e qual eram a história deles. Quantas pessoas estariam observando aquelas mesmas pessoas e de que parte do mundo? Ela chegou a conclusão que não importa onde essas pessoas estavam, o que importava é que elas conseguissem enxergar a beleza daquelas estrelas. E acima de tudo, da vida.








domingo, 13 de janeiro de 2013

Back at the day.

Quando eu era menor, eu só dormia com a televisão ligada pra ter alguma luz, algum barulho e a porta tinha que estar sempre aberta. Não conseguia dormir com ursinho de pelúcia. Odiava computador com todas as minhas forças. Tinha um amor incrível por livros de poesia e houve um tempo que achei que poderia ser escritora algum dia. Eu era simplesmente grudada com meu pai e sempre demonstrava tudo que sentia. Não entendia celulares e nem queria entender. Páscoa era sempre minha época preferida do ano. Sonhava em morar em NY. E sempre quis ser princesa. Amava dias ensolarados e quentes.
Luz apagada, porta do quarto fechada, televisão desligada, gosto de escuridão e silêncio. Só durmo com um cobertor (não importa o quão calor estiver) e abraçada com meu urso de pelúcia, que por sinal tenho cinco. Computador tem sido uma das minhas válvulas de escape, assim como meus livros, que não são nenhum de poesia. Acho que não relo em um livro de poesia desde meus nove, dez anos. Escritora? Que nada. Nem escritora, nem bióloga, mas sim psicóloga é o que eu sonho em ser. Sou a melhor amiga da minha mãe e apesar de eu sempre rir com meu pai, não sou mais tão próxima dele e passo a maior parte do tempo brigando com meu irmão. Não consigo mais ser transparente quando o assunto é sentimentos. Gosto de guardar algumas coisas pra mim porque eu me entendo mais do qualquer um. Não imagino minha vida sem meu celular e mal consigo ficar algumas horas sem ele. Não gosto da Páscoa como antes porque pra mim é só uma desculpa para as pessoas comprarem chocolates em forma de um ovo grande com alguma espécie de brinde dentro, mas eu amo o Natal, que é pra mim é um das coisas mais mágicas que existe. Princesas pra mim são, provavelmente, uma das maiores mentiras da humanidade, mas ser uma não seria uma má idéia. Prefiro dias frios e chuvosos. E bom, morar em NY ainda é o maior sonho de toda a minha vida, e isso vai mudar logo. Vai deixar de ser um sonho pra virar uma realidade.
É bom saber que eu mudei. É bom ver que eu mudei em tantas coisas, mas a minha essência não muda. É bom saber que mesmo com um mundo ferrado e uma sociedade louca e auto destrutiva, eu ainda tenho a mim mesma e as minhas mudanças.

sábado, 12 de janeiro de 2013

We were meant to live for so much more.

O som da chuva calma e constante contrasta com o barulho dos meus pensamentos. Um ano novo começou e com ele eu deixei com que meus pensamentos saissem do meu controle. Eu tenho um problema de sempre sofrer as coisas por antecedência. E ultimamente eu tenho ficado desanimada por motivos que nem deveriam ser considerados motivos. Afinal, esse é meu ano. Como eu sei? Eu só sei. E agora eu tenho certeza disso. Eu tenho pessoas maravilhosas do meu lado, eu tenho a fé que preciso, tenho a cabeça que preciso, tenho os sonhos e as metas que vou transformar em realidade. E eu sei, bem lá no fundo, que vou conseguir realizar todo e qualquer sonho. Como eu cheguei a essa conclusão? Pelo simples fato de que quando você realiza um dos seus maiores sonhos você abre espaço pra um sonho maior ainda, que você ainda não tinha a coragem de se permitir sonhar naquela proporção. Mas eu não tenho mais esse medo. Porque eu cheguei tão longe... E isso só me mostrou que posso chegar mais longe ainda. Porque eu sei que fui feita pra viver muito mais! Eu sei que se eu quero, se eu batalhar, eu vou conseguir. A minha identidade são meus sonhos, eu sou os meus sonhos, e me orgulho muito disso. Eu sei que muitas pessoas acreditam em mim e isso é tão bom de saber, e eu acredito em mim. Mesmo que algumas vezes eu esqueça, eu acredito muito em mim. Eu sou exatamente quem eu gostaria de ser e estou exatamente onde tenho que estar, não que meu futuro seja ficar aqui. Sempre fui muito de planejar tudo, e agora eu quero me surpreender deixando o destino me surpreender também, sabe? Eu quero ser a dona do meu próprio destino e eu sei que vou ser. Eu sei que as coisas vão ficar bem. Eu sei que esse ano vai ser um dos melhores da minha vida. Eu sei que esse ano é a reta final de uma fase importante da minha vida. E o melhor de tudo, eu sei que eu tenho a mim. E eu sou a melhor pessoa que eu poderia pedir. Eu sou quem eu sou, e eu realmente amo isso. E isso é suficiente.