terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Gotta let it go.

Respirei fundo ao menos cinquenta vezes pra estar aqui e agora. Você me fez tão bem esse ano, até não me fazer nada além de me deixar paranoica, achando que sempre sou eu que faço algo errado, que não sou suficiente pra você assumir alguma coisa. Então, você me fez bem, até me fazer mal.
Eu queria poder te agradecer... mas não acho que você mereça qualquer tipo de agradecimento. Você me teve na palma das suas mãos, e você me manipulou por tanto tempo, e nunca quis responder a tudo aquilo. Ao invés disso, você provavelmente demorou mas conseguiu o que queria e pronto, tchau né? Você conseguiu dar as maiores mancadas e enfraquecer meu coração de um jeito que eu achei e prometi a mim que nunca aconteceria novamente. Mas ai eu conheci você. O típico cara 'galinha', o tipico cara 'quero só aproveitar a vida e mais nada', o tipico cara que era o oposto do que eu era e acreditava. O problema desse ano é que eu me perdi de mim mesma, eu queria experimentar o novo, eu queria me desafiar... e quem melhor pra me desafiar do que você? Você é o meu oposto e toda vez que eu estava com você eu me sentia diferente, alguém diferente. Você me dava sinais de que as coisas estavam começando a ir no seu rumo e não no meu e eu continuei indo pelo simples fato de não querer te perder. Eu não queria te perder por nada nesse mundo. Toda vez que eu te via eu esquecia tudo e só pensava o quanto eu queria estar envolvida pelo seu abraço e sentir seus lábios. Só isso. Minhas amigas me avisavam, me mandavam tomar cuidado. Até que o acontecimento maior aconteceu e depois disso as coisas ficaram infinitamente piores. Os dias de recaída são os piores, sabe? E eu venho sofrendo. Ah, só eu sei como. Eu não queria desistir de você porque tenho essa ideia maluca na minha cabeça de que eu consigo mudar as pessoas. Mas eu não consigo mudar você, você quer o que quer e eu não tô no meio disso. Pelo menos é o que você me demonstra e demonstra em frente ao seus amigos. Seus amigos te definem e isso é ridiculo, seus amigos não vão te levar a lugar nenhum e do jeito que você tá, você tambem não vai a lugar nenhum. Mas quem eu sou pra falar alguma coisa? Não sou nada sua. Nunca fui, nunca vou ser. Apesar de todas as brincadeiras de ser sua "mina", segundo seus amigos, eu me permiti ser sua, mas você não permitiu.
Tá. Então seguinte: 2014, novo ano, não faço ideia do que vai ser da minha vida. Só tenho uma certeza: você não vai mais estar nela. Tenho certeza absoluta disso. Eu vou te deixar ir. Porque eu não aguento mais insistir em uma coisa que nunca vai dar certo, colocar esforços quando você vai jogá-los no lixo, ser fiel quando você vai estar pegando até pessoas que eu considero amigas. Cansei das suas mancadas e da sua indiferença. Não quero mais isso pra mim. Preciso e quero alguém que me mereça. Que saiba o que tem do lado e cuide disso, e não me faça de troxa, de idiota, como você faz. Preciso de alguém que não me faça eu me arrepender de cada movimento que eu faço como você fez praticamente todas as vezes. Aliás, a maioria dos meus arrependimentos desse ano foram ligados à você, de alguma forma. Mas tudo bem. Só queria deixar claro que eu te dei mil e uma chances e você deixou todas de lado. O pior é saber que eu vou me afastar e você não vai tentar me aproximar. Mas isso talvez, talvez não.. É uma coisa boa. Tá na hora de tirar pesos desnecessários do meu coração e você é o maior deles.






segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A new year, a new life.

Ah, aquela sensação de acaba mas não acaba tá tomando conta de mim. Explicarei: 2013 foi um ano um tanto quanto... desafiador. Em todos os sentidos. Por ser meu último ano de colegial, a pressão que eu recebi e que eu me impus foi gigantesca a ponto de eu querer sair gritando, jogar tudo pro alto. Só que nunca o fiz. Sempre continuei enfiadas nos livros, gastando horas, folhas e paciência. E valeu a pena, fechei meu último ano escolar de uma ótima forma, e senti um orgulho imenso. E claro, teve toda a história do tenebroso vestibular, como se não passar fosse a pior coisa do universo, ou pelo menos, é assim que pintaram. Mas agora que passou o pior, eu vejo o quanto eu tava preparada... só faltava fé em mim. Aliás, ao longo desse ano, faltou muita fé em mim. Além disso, quebrei meu coração que mal tava remendado. Não, ele não tá recuperado e nem tirou quem o quebrou de dentro dele, mas eu sei que o processo é lento e depende da minha vontade, e eu meio que não tava com vontade de deixar ele ir... Mas agora eu vejo o quanto vem me fazendo mal e tirando noites de sono e lágrimas frenéticas do meu rosto. Perdi pessoas tão próximas e que eu achei que nunca conseguiria viver sem, e vivo normalmente uma vez que vejo a forma indiferença que me tratam.
Ao mesmo tempo, me aproximei de pessoas que nunca imaginei e graças a Deus que isso aconteceu! Se tornaram uma grande parte de mim. Sai muito mais, fui a muitas festas e posso dizer que aproveitei demais! Fora a viagem de formatura, que foi uma das melhores semanas da minha vida e mesmo com as cagadas no meio do caminho, tive a melhor viagem de todas com meus amigos. E os momentos com meus amigos foram os melhores esse ano, com certeza. Senti como se isso fosse o que me aliviada de toda aquela pressão. E realmente era.
Pessoalmente, foi um ano dificil. Me exigiu crescer, amadurecer e ser forte. Me derrubou de maneira bruta, mas eu sei que era para que eu aprendesse a levantar. Exigiu tanto de mim. Me fez tomar decisões e fazer decisões das quais eu realmente me arrependo de algumas... Mas, arrependimento a essa altura do campeonato não tá valendo. Só sei que tô orgulhosa de mim por ter sobrevivido a esse ano muito louco.
E o que eu espero de 2014? Na verdade, queria não esperar nada. Mas eu espero que ele seja melhor. E eu sei que ele vai, porque eu realmente acredito nisso. Ele vai ser uma caixinha de surpresas. Não to com rotina marcada, não sei o que vai acontecer nem pra onde vou, mas eu não ligo. Juro que não ligo. Porque eu sei que coisas muito boas estão pra vir e eu tô pronta pro que der e vier. Eu amo um desafio. Que 2014 me traga sorrisos, lágrimas pra me fortalecer, que me livre daqueles que não se importam em estar na minha vida, que me traga pessoas maravilhosas, que fortaleça laços, que me surpreenda, que me traga alguém especial que mereça tudo que eu tenho a oferecer. Eu espero que esse ano me surpreenda, porque não tem nada melhor do que ficar com as expectativas baixas e deixar com que a vida vá moldando o destino...  E claro, que eu melhore como amiga, filha e como ser humano. Que eu aprenda muito, viva muito, ria muito e me arrependa pouco, e se acontecer, que eu aprenda com meus erros. Vem 2014, vem que eu tô ansiosa pra ver o que você tá guardando pra mim!









quarta-feira, 20 de novembro de 2013

hot november, cold heart.

Eu realmente gostaria de te falar o idiota que você. Mas acho mais fácil falar da idiota que você me faz ser. Eu não tenho controle de nada perto de você, e acho que isso é uma das coisas que mais me prendem em você. Eu controlo tudo, tudo mesmo. Mas com você eu não consigo controlar. Eu não consigo te controlar. Você me faz perder o controle, sair um pouco da linha. E pra quem sempre andou na linha a vida inteira isso é muito. E quer saber mais? Eu amo desafios. E você tem sido o maior deles. Você me faz andar em círculos e tentar achar caminhos pra sair deles, e quando eu consigo, você me faz andar em mais e mais circulos. Tá, não é nada saudável. Mas você virou rotina. Você virou a expectativa do sabado a noite e o arrependimento do domingo de manhã. Você virou o sonho nas noites e os pesadelos a luz do dia. Quando eu tô com você tudo tá bem, parece que o mundo gira na direção certa, sabe? Não sei explicar. Parece tão certo. Mesmo você sendo tão errado. Sabe aquela coisa que tá no contrato de toda amiga "ele não é bom o bastante pra você" "ele não é o certo pra você". E eu sei que elas estão certas. Mas sempre fui teimosa. Coloco minha cara a tapa por você sem pensar nas consequências. Ah é, tem isso. Você me faz viver o agora, sem passado nem futuro. Bom pra você, pelo menos na hora não lembro tudo que já fiz meu coração se recuperar por causa das suas mancadas (aquelas que você, provavelmente, nem se arrepende).
É. Você é confusão. Não, eu não soube nem da primeira, nem da segunda vez. Mas depois eu comecei a perceber. Só que eu já tava muito apegada a você e não queria te deixar ir, porque virou cômodo pra mim, virou cômodo pra você. E pronto, quem não gosta do conforto da comodidade?
Na verdade, eu poderia sentir o problema pelo seu nome. Não tenho um bom histórico com ele. Mas eu mergulhei de cabeça quando você não tinha nem uma mão dentro da água. Você saiu correndo. Medo? É, pelo o que você diz, é. Você não tá preparado. Mas olha que engraçada a vida: eu também não tava pronta pra me apaixonar, e cá estou eu, quase explodindo minha mente porque você não sai nem dela, nem do coração.

sábado, 21 de setembro de 2013

I don't wanna let you go.

Eu acreditei em cada palavra que saiu da sua boca. Eu cai no feitiço dos seus beijos. Eu ganhava borboletas no estômago toda vez que você me puxava pra perto e eu conseguia sentir sua respiração. Eu me sentia completa tendo você segurando minha mão. Eu sentia como se eu pertencesse a qualquer lugar que fosse, se você estivesse ali. É meio louco, eu sei. Começou a alguns meses e eu fui levando e levando sabendo que eu ia me apegar e que uma hora ou outra você ia me quebrar por inteira, eu sabia onde tava me metendo a partir do momento que te conheci. Eu sei da pessoa que você e das coisas que você faz. Eu não me importei. Comigo você é (ou foi) diferente. Se pra mim começou a ser algo mais fora do normal, imagine pra você. Só quer aproveitar, sair com os amigos, ficar com alguém diferente em cada festa. Ora, e por que não? Você tem 17 anos, tá no seu ultimo ano do colegial e quer aproveitar todos os momentos. Incrível que eu também pensava assim antes de te conhecer. Mas ai, do nada, começo a querer ir nos lugares porque tenho a possibilidade de te ver. E é ai que tudo começou a ir pra direção errada. Eu me apeguei, eu gostei do perigo, me agarrei nele. E o perigo me disse palavras, e eu as levei em consideração. Só que eu não sei nem se você lembra do que disse. Eu não sei nem dizer se a pessoa de semana passada foi a mesma de ontem a noite.
É meio estranho falar nesse negócio de coração quebrado de novo, só que lá vem a história se repetir. Eu sei que não posso exigir de você não ficar com outras pessoas, só que eu achei que você tivesse a decência de fazer isso quando eu não estivesse perto. E eu não consegui segurar as lágrimas e eu soube que eu tinha me apaixonado. Só que ao mesmo tempo eu chorava porque sei o quanto dói ter que tirar alguém da minha vida, esquecer. Só que não vou ter outra escolha. E quer saber o engraçado de tudo isso? É que quando eu chorava por causa de você acho que a única pessoa que me acalmaria naquele momento seria você. Eu juro que queria dizer que eu te odeio por ter me feito ter passado por isso, só que eu não consigo.
No final da festa quando eu fui falar com você, você me pareceu apreensivo. Você ficou me olhando sair. Só que você não foi atrás. Não me pediu desculpas. Porque você é assim, você some. A partir do momento que as coisas começaram a ficar mais sérias você some.
E sabe o maior problema? É que eu tava com uma vontade de você, tava com tanta saudade... e continuo com vontade, continuo com saudade. Sabe-se lá quando vou te ver de novo. Talvez seja melhor... Talvez não seja. Porque eu juro que só queria você agora. Queria te dar um tapa na cara e depois te abraçar e nunca mais soltar. Eu me sinto vazia. Eu sinto como se uma parte de mim tivesse sido arrancada. E o único que pode fazer alguma coisa sobre isso é você. Só que você não vai fazer. Então cabe a mim mesma recolher os cacos e voltar a estaca zero. Aquele lugar onde não existia você. Só que não sei mais o que seria isso.

sábado, 7 de setembro de 2013

4 green eyes.

Um olhar, mais uma vez, foi tudo o que precisou. Um olhar longo e você já colocou seus braços ao meu redor. E foi quando os dois lábios se tocaram que eu percebi o quanto sentia falta daquilo. Do seu abraço, do seu sorriso, do seu beijo, da sua voz, de você, por inteiro.
Mas eu nunca tinha percebido da falta que seu abraço me fazia. Eu sou apaixonada por abraços e palavras, e você me entregou os dois da forma mais inesperada. Eu te fazia cafuné, você fazia carinho na minha perna. Você tava todo sonolento e eu juro que te achei mais fofo ainda, e encaixava sua cabeça nos meus ombros e entrelaçava nossas mãos. Sabe aquela frase do filme que fala "e naquele momento eu me infinito"? Eu entendi. É a pessoa com que você está que faz com que você se sinta assim. Eu me senti.. em casa. Eu me senti como se eu pudesse passar minha vida inteira daquele jeito e não iria me importar. Eu senti como se o mundo inteiro tivesse desaparecido e no meio de barulho, bebida e todo o resto, só tinha eu e você. Eu queria cuidar de você. Porque eu tenho esse complexo em mim que eu acho incrível a ideia de você poder cuidar de alguém, mudar alguém. E é ai que entra todo esse sentimento... eu sinto que posso te mudar, sinto que posso inverter o protótipo garoto errado que tem em você. Sabe aquela coisa de opostos se atraem? Não poderia descrever melhor. Nós somos tão diferentes e talvez seja por isso que eu tenho a tendência de me apegar cada vez mais a você. Não que eu queira. Mas a coisa toda se tornou meio irreversível. Já me apeguei.
Podia ser o alcool falando, mas você disse que eu sou muito boa pra você e que você não me merece. E que eu sou diferente de todas as outras. E que se não tivesse as circunstâncias de um terceiro colegial, como a viagem de formatura, você namoraria comigo. E eu juro que nunca esperei ouvir isso de você, porque você não é de ficar falando isso. Então foi sincero, porque eu senti no fundo do meu coração que foi sincero. Só que ao mesmo tempo que me fez um bem gigante ouvir isso, me quebrou em mil pedaços. Porque eu sei que não vai sair de palavras, vai parar por ai.
Você ainda disse que queria dormir abraçado comigo, que não deveria existir coisa melhor. E a cena não sai da minha cabeça e tá no botão de repetir. E ela pode existir algum dia, só que meio que cabe a você..

terça-feira, 3 de setembro de 2013

September 3rd.

Se me assusta? É claro que assusta. Todos os dias eu paro um segundo e fico até meio tonta em ver como tudo tá mudando na velocidade da luz. Me assusta em ver como sentimentos ficam mais intensos. Me assusta ver o quanto eu estou perdendo pessoas que nunca imaginei viver sem um dia. Me assusta em como me aproximei de pessoas que nunca nem imaginei. Me assusta ver como eu me achei no lugar menos provável. Me assusta saber que gosto de ficar fora de casa nos finais de semana. Me assusta ver o quanto eu percebi que preciso aproveitar esse momento o qual estou vivendo enquanto eu posso.
No começo desse ano eu fiz um voto de confiança a mim mesma dizendo que eu não ia perder a cabeça e que ia tirar o melhor que esse ano poderia me conceder. Não vou falar que as coisas estão fáceis, mas pouco ao pouco elas estão se encaixando cada vez mais, como um verdadeiro quebra cabeça. Eu soltei a corda que eu mesma segurava e deixei ver onde isso ia me levar... E me levou exatamente onde queria estar: vivendo o momento. Vivendo cada risada, cada besteira, cada furada, cada mico, cada dança, cada pessoa que me faça sentir viva. Porque eu acho que é isso, sabe? Saber estar no lugar certo, na hora certa, com as pessoas certas. E quer saber o que mais? Tô entendendo essa coisa de tudo acontece na hora certa. Elas acontecem. E a cada dia eu acredito mais e mais nisso, mesmo que alguns dias ruins tentem me provar o contrário.

domingo, 28 de julho de 2013

Funny thing, life...

Uma coisa sobre a vida: ela segue. É tudo que você, eu e todos precisamos saber sobre ela. Tá doendo hoje? Que bom. Tudo que dói fortalece. Toda ferida, cicatriza. E cicatriz é algo que faz você lembrar que aconteceu alguma coisa ali, mas já não dói. Aquele coração quebrado? Paciência. O mundo é feito de corações quebrados. Sem eles não teriam livros, canções e histórias maravilhosas por aí. Um coração quebrado é uma das coisas que a pessoa tem que enfrentar sozinha, em um primeiro momento. Você começa a levantar e esquecer das lágrimas e da pessoa que fizeram elas cairem. Você começa a se erguer aos poucos, vai pegando os cacos um por um e remendando o estranho que alguém que passou por ali fez. E aí em algum momento, alguém vai consertar de vez, e talvez quebrá-lo de novo. E você vai passar por todo aquele processo, de novo. Só que nada acontece do mesmo jeito duas vezes. Então cada vez que seu coração for quebrado ele vai levantar diferente. E se alguém consertar ele? Ai eu não sei ao certo o que acontece. Foi eu mesma que consertei meu coração quebrado. Nenhuma ajuda pra isso. Tá, talvez alguns livros, algumas festas, companhia de pessoas maravilhosas, palavras reconfortantes e alguns casos de uma noite só. Agora, eu imagino que ter seu coração consertado por alguém deva ser algo bem... mágico. Deve ser aquele tal de amor. Que eu acho que não conheço. E sabe-se lá Deus quando vou conhecer! Mas tudo bem, tenho meio que minha vida inteira pela frente pra isso, sabe? As vezes me esqueço de me lembrar disso. Que se não for agora, vai ser mais pra frente, num futuro por aí. É que as vezes bate uma solidão, sabe? Daquelas de querer ter alguém pra conversar sobre coisas aleatórias do seu dia (quase fiz coisa errado devido a isso então obrigada cérebro, por não ter deixado meu coração ter sobresaído sobre essa decisão, tô te devendo uma!), um abraço que se encaixe em você, um cinema ou apenas uma presença. A verdade é que o amor me deixa enjoada. Aquele tipo de enjoo que sinto quando tô em um elevador cheio de pessoas. Medo, enjoo, chame do que quiser. Mas isso deve ser porque eu não conheço ele e espero ansiosamente pra conhecer. Aquele tipo de amor que todo mundo tenta descrever de uma forma tão bonita, quase angelical.
Mas enfim. Essa tal de vida é engraçada, né? A gente primeiro perde pra depois descobrir que tinha. A gente faz as coisas instantaneamente esperando algo em troca. A gente coloca muro nos nossos corações sem saber ao certo o motivo. A gente esquece alguém até que um dia, a gente lembra. Ou então a gente simplesmente começa a ocupar a cabeça com outras coisas e então, como se fosse mágica, parece que você está se curando. A gente foi machucado por um certo alguém e ainda conseguimos desejar que essa pessoa seja feliz. Colocamos os outros como prioridade. Gastamos mais do que podemos. E no final, tudo isso acaba moldando nosso ser. Nos faz crescer, amadurecer. 
E é ai que eu acho mágica na vida: é uma relação entre tapas e beijos. Ela te quebra, te soca, pisa em cima de você.. Mas depois ela te mostra o por quê e deve gozar da nossa cara de surpresa quando ela faz isso. Existe aquele balanço entre os dias bons e ruins, a gente meio que não vê porque tá no sangue humano se infiltrar nos dias ruins e não conseguir ver os bons. E é exatamente esse o caminho pra contornar qualquer situação. Tá. Como assim? Tá. A saudade, por exemplo. Quando você sente falta de um momento ou de alguém, você começa a pensar em tudo e começa a se sentir mal por isso. Não tem que ser assim. E os momentos bons que fizeram tudo valer a pena, mesmo que tenha tido um final? As vezes é um meio do destino de mostrar que tem mais coisa lá pra frente pra vir, entende?
Sim, sou alguém que acredita cegamente em destino. Se tô num lugar que não era pra mim estar e de repente acontece alguma coisa boa, eu sei que é obra do destino. Se eu disse adeus a algo, é porque tem alguma coisa pra eu dizer "seja bem vindo". Ultimamente tem sido bem dificil acreditar em qualquer coisa do tipo. Destino, dias bons, amor, esperança, fé. Mas a gente tem que conseguir pensar nessas coisas. E eu tenho certeza que depois que terminar isso aqui, vou dormir mais leve. A gente se sente mais leve depois de colocar umas palavras pra fora. Tô num momento da minha vida que exige muito de mim, da minha paciência e força de vontade. Se eu me sinto pressionada? Como dentro de um banheiro de avião com 10 pessoas dentro e levando em consideração o simples fato da minha claustrofobia. E junto com isso vem a sensação de não quero que acabe, que é o fato de estar no último ano do colegial. 
Fechar uma parte da sua vida e partir em rumo ao desconhecido pode ser excitante mas extremamente estranho com uma enorme pitada de meio. Você muda a sua rotina de praticamente toda sua vida escolar. E é estranho pensar em como a reta final tá chegando. Chegando a um fim. Fim de uma Era, começo de outra. Sei disso. Mesmo assim, vai deixar um vazio. E tô tentando não pensar nisso. Mas na verdade tudo que mais tô fazendo ultimamente é pensar, o que me estressa. Demais. Se eu ainda pensasse em coisas construtivas... Mas não, nem pra isso! Preciso me focar em mim. É nisso que preciso pensar. Agosto pra frente minha vida vai ficar ainda mais louca, ainda mais estranha. Sei disso. Preciso respirar fundo e encarar a situação toda. Tudo bem, eu consigo. Eu sou forte. E já saquei o que a vida tá tentando fazer. Me mostrar o quão forte eu posso ser. Obrigada vida, pela relação saúdavel de amor e ódio. Acho que isso ainda vai ser útil pra mim. E como já vem sendo.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

love?

Eu acho que no fundo, eu só quero ser amada. Tá, minhas amigas e minha família me amam. Mas eu tô falando daquele tipo de amor que eu nunca senti. Daquele tipo que te dá nó no estômago só de saber que a pessoa tá ali no mesmo lugar que você, aquele olhar que fala mais do que qualquer palavra, aquele sorriso que te deixe perdida por uma semana inteira, aquela vontade louca de sair cantando, aquela vontade de quero mais, quero de novo. Porque eu nunca senti isso. Ninguém nunca despertou isso em mim. Nunca amei do jeito que vejo em livros, do jeito de filme, do jeito que vejo os outros, que os outros me falam. Não imagino esse tipo de amor, porque não parece ser possível. Não nos dias de hoje. Só que eu nunca deixei de acreditar no amor. Pelo contrário, cada dia acredito mais. É só que... ele não aparece. E quando acho que ele pode aparecer, eu me engano. Idealizo demais. Espero demais. E é tudo de menos.
Tá, já senti o frio na barriga, o aconchego em um abraço, a perda dos sentidos em um beijo, a sensação boa de receber uma mensagem de bom dia, boa noite ou de uma conversa fiada e até mesmo boba, sem sentido. Mas não passou disso. Nunca passa.
Amor provavelmente não é algo que dê pra ser definido. Eu posso até ter uma ideia. Mas só vou realmente saber quando estiver realmente amando. E não acho que realmente amei alguém. Aquele meu passado não foi amor, eu pensava que era, mas não sei se aquilo eu posso enquadrar como amor. Eu não desisti, esperei pra ser notada, perdi anos, me prendi a algo que nunca ia dar certo, tentei, fiquei com medo, me afastei esperando que lutassem por mim e ficou por aí, só no esperando mesmo. E meu presente? Meu presente tô tentando ter amor próprio, porque do resto também não daria certo. Sim, eu quero aproveitar, quero me divertir mais que tudo com as minhas amigas, quero festas, quero oportunidades pra mim. Mas as vezes surge aquela pontinha de vontade de ter alguém te esperando depois da festa pra dizer que tava preocupado. Uma pessoa pra perguntar como foi seu dia e dizer que tá com saudade. Uma pessoa que te lembre o quanto você é especial. Uma pessoa que faça você sentir alegria por estar vivo. Uma pessoa que possa te mostrar se esse tal de amor existe mesmo. Uma pessoa que você teria o privilégio de ter o coração quebrado por ela.
Pra mim, aquela pessoa ainda não apareceu. Mas isso não quer dizer que ela nunca vá. Só que pelo jeito não vai nem hoje, nem amanhã e nem por um tempo...

terça-feira, 4 de junho de 2013

Desabafo.

Preciso lavar minha alma de vez. Colocar tudo que eu tô sentindo pra fora. Tá, eu nem sei ao certo tudo que eu tô sentindo. Mas de uma coisa eu sei: toda vez que tento escrever sobre isso eu acabo salvando alguma coisa como rascunho, fugindo do assunto, deixo a aba aberta por tempos até a hora de eu ir dormir e acabo deixando pra outra hora, tenho mil notas no meu celular e milhares de papéis espalhados por ai. Mas nunca juntei tudo de uma vez, talvez por medo, talvez por preguiça. Ou talvez eu sempre me perca no meio do caminho. Ou talvez tudo ao mesmo tempo. De qualquer forma, vou tentar vai, uma vez eu preciso conseguir.
Começaremos pelas minhas expectativas. Sempre fudendo com o meu ser. Tive toda uma ideia baseada nesse ano, como ele seria ótimo. Ele não tá sendo ruim, mas também não tá saindo como o esperado. Em seis meses eu tive dias muito bons e dias muito ruins. E infelizmente os ruins se sobresaem. Espero que daqui pra frente isso mude, porque eu preciso que mude. Tudo tá de cabeça pra baixo. Eu não me via do jeito que eu tô agora no começo do ano quando fiz a promessa de que esse ano ia ser O ano. Aham, boa. Só que eu tenho essa coisa dentro de mim que nunca deixa eu perder as esperanças em relação a nada. Nadinha mesmo, mesmo que eu queira e ache melhor, eu preciso lutar muito pra não perder as esperanças. E acho que até agora tenho lutado bem, porque não perdi. Apesar de tudo, eu sei que um dia tudo isso vai passar. E eu sei que é fase, sei mesmo. Todo mundo já passou por isso uma vez na vida.
Outra coisa que vem me desgastando: rotina, que pra mim é quase a mesma coisa que um inferno. Acordar todos os dias, levantar de uma noite quente debaixo das cobertas e ir pra um lugar onde eu me sinto cada vez mais sufocada e menos eu mesma. Penso: cada dia que eu vou é um dia a menos pra mim ir. E é isso mesmo. Só que não é tão simples, sabe? Porque eu recebo pressão de todos os lugares, principalmente daí. Me sinto como parte de um projeto. Mas não um projeto meu. Uma coisa aleatória. Preciso passar nas melhores e mais conhecidas faculdades não porque eu tenho um sonho de estudar em uma delas, mas porque todos tem. E eu odeio isso. Odeio que estabeleçam limites para meus sonhos. Porque meus sonhos são a única coisa na minha vida que não tem limites. Eu sonho o mais alto e com toda a intensidade que eu puder e até que eu não puder. E meus sonhos tem me deixado triste, eventualmente. Porque eu sei que nesse ano, nem no outro, eles se tornarão realidade. E odeio sentir como se meus sonhos fossem apenas um projeto que há alguns anos vou olhar pra tras e me arrependido de não ter corrido mais atras e ter feito acontecer da maneira que, naquele tempo, eu podia. Ao mesmo tempo é algo tão distante de mim, da minha realidade... E eu juro que eu consegui não pensar mais nisso. Só que sempre acaba voltando. E não tentar alcançá-lo é a mesma coisa que ir contra tudo que eu acredito, tudo que eu sou. Porque eu sou meus sonhos. Eu sou feita disso, toda minha alma é feita disso. Eu sou meus sonhos e é isso. É o que de mais verdadeiro eu tenho na minha vida, e é algo que eu consigo fazer por e pra mim, e é o meu caminho pra minha felicidade. Eu só tenho medo de não conseguir e isso me marcar pro resto da minha vida. E eu sei que há pessoas que vão me ajudar, eu só tenho medo de pedir. Medo, medo, medo.
Fora tudo isso existe uma coisa que chama pressão. Tá. Eu sabia que esse ano ia ser puxado, ia me pressionar, mas eu não imaginei que chegaria a esse ponto. E olha que se passaram apenas 6 meses, tem mais alguns pela frente que é onde a coisa vai ficando cada vez pior, a medida que o vestibular vem se aproximando. É como se todo dia eu fosse lembrada que eu preciso passar num vestibular. Só  que na real? Eu queria era sair pelo mundo. Conhecer todos os lugares que eu conseguir. Ir para os EUA e fazer uma viagem de onibus cruzando as costas, de NY até LA. Ir pra Londres, explorar a Irlanda, a Holanda, a França e sua arquitetura maravilhosa, ir até Roma, Verona, Veneza, Amsterdam, ver o muro de Berlim e visitar um antigo campo de concentração, Portugal, Espanha... mas isso fica, por enquanto, só na vontade. Só que eu não me vejo aqui. Na minha cidade, em alguma faculdade que vou tentar entrar. Não tenho motivação nenhuma. E eu juro que eu tinha, só que ela foi embora e deixou a minha vontade de liberdade ficar. Eu não me sinto apoiada.
Eu me sinto sozinha. Apavorada. Precisando de um abraço, de uma palavra amiga, de um sorriso sincero. Não, eu não tô carente. Eu só sinto falta de me sentir... amada. De me sentir bem comigo mesma, coisa que há algum tempo não acontece. Eu me sinto mudada, também. Tento me divertir a maior parte do meu tempo. Estou indo mais em festas, saindo pra qualquer lugar que me tire de casa. Porque eu não aguento ficar presa num lugar com meus pensamentos. Eles estão me deixando louca, me fazendo ficar perdida. E as vezes as pessoas acham ruim a minha mudança, só que eu sei que é para o meu melhor, de alguma forma.
Brigo com a minha mãe constantemente por causa disso. Mesma coisa para o meu irmão. Sinto pessoas indo embora e eu quero fazer algo para pará-las, mas não sei como, não sei pra que. As vezes elas querem ir embora, e eu ficar adiando só vai tornar a coisa toda pior. Não sei. Não sei mais de nada.
Eu só sei que não posso pensar que as coisas não vão melhorar. Porque elas vão. Vão mesmo. Isso é uma fase. Vai passar. Só que eu não tenho paciência de ficar esperando sentada tudo isso passar enquanto a minha vida acontece e meu ultimo ano de colegial vai escorregando pelas minhas mãos. Eu quero fazer tudo isso valer a pena. Eu quero as pessoas a minha volta felizes. Eu quero meus amigos e minha família bem. E faço qualquer coisa pra ter tudo isso de volta.
A verdade é que eu queria o ano passado de volta. O meu maior sonho se realizando de novo. Eu sendo feliz e eu mesma por um longo período de tempo. Eu sendo a melhor versão que já tive de mim mesma. Eu queria julho do ano passado, porque o desse ano vai ser o verdadeiro caos, a verdadeira prova de como em um ano, as coisas mudam drasticamente.

Ps: achei que ia sentir um peso saindo das minhas costas. Na verdade, nesse momento, só está saindo lágrimas.













domingo, 5 de maio de 2013

Some feet from the ground 9 months ago.

As lágrimas queriam descer do seu rosto, ela não deixou. Aguentou por mais um tempo, pra deixá-las cair quando ninguém mais estivesse olhando. Ela conseguiu levantar. Foi até o banheiro, lavou o rosto, tomou um banho. Sentiu a água percorrer seu corpo lentamente e em uma temperatura amena, do jeito dos últimos dias. Desligou o chuveiro. Olhou pela última vez naquele espelho, viu pela última vez a pessoa que estava naquele espelho. E ela não sabia quando ia a ver de novo. Colocou a roupa que havia separado, guardou o pijama dentro da mala. Não tinha mais volta, a mala foi fechada. Ou seja, tinha acabado. Ela carregou as malas para o andar de baixo e tentou não fazer nenhum barulho. Foi na cozinha, o café já estava pronto. Pegou uma xícara cheia dele. Era 5h30 da manhã. Ela foi até a varanda e se permitiu olhar o sol nascendo naquele lugar pela última vez. E doeu e aliviou na mesma hora. Era como se ela só estivesse saindo pra mais um dia de explorar o lugar, e não de voltar pra realidade. Ela se sentia como Cinderela. E meia noite tinha acabado de chegar. Parecia que um mês tinha passado em um dia. Estranho como aquela coisa de quando você está fazendo algo que gosta o tempo passa rápido. Caso contrário, ele demora mais do que deveria. Droga, quase esqueceu do Dramin. Ficou na varanda só ouvindo os aviões, o barulho da rua, dos pássaros e viu um esquilo pela última vez. Criaturas adoráveis que ela gostava de ter sempre por perto dela. Acho que todos estão prontos. Uma última olhada na vista da casa, uma última olhada na rua e naquela casa engraçada do carro bonito, uma última olhada na linha do trem. Inspira, expira. Repita o processo. Tá, para de falar, o cérebro já consegue fazer isso sozinho. Conversas alheias surguem no carro, ela está distraída demais para ouvir qualquer coisa. Ela só conseguia olhar tudo ficando pra trás dela, cada paisagem, casa, rua, rosto apressado. Táxis, muitos deles. Tinha chegado no aeroporto. Já despachou as malas? Olhou o táxi amarelo mais uma vez e guardou na caixa de lembranças em um lugar na sua cabeça. Um abraço de despedida, lágrimas desesperadas. Não, ela ia conseguir aguentar mais um pouco. Detector de metal. Tira a bota, tira o anél, tira o notebook da bolsa, não tira o olho do celular. Pegou tudo, foi para o portão. Mesma língua que ela? Tá, ela estava no lugar certo. Sentou. Colocou o fone de ouvido. Deu uma brecha e deixou as lágrimas cairem. Tudo estava indo tão depressa. Ela não queria ir. Ela não queria voltar. Era pedir muito? A realidade era chata. Entediante. Fora do que ela desejava pra si mesma. Ela deveria ficar ali. Esse era seu destino, ela sabia, agora, ela tinha certeza.
Algo chamou a sua atenção. Não era a única chorando. Tinha um cara, na casa dos 20 anos, que apresentava os mesmos olhos inchados, lágrimas e afeição tristonha. Levantou, foi no banheiro, comprou algo pra comer. Não melhorava. E ela não deixava de perceber e pensar: estaria deixando um amor pra trás? Também não queria sair da cidade dos sonhos? Aconteceu algo inesperado e ele estaria voltando por isso? De qualquer forma, aquilo a confortou. Não gostava de ver pessoas chorando, nem mesmo desconhecidos. Só que ali, ela não se sentiu sozinha. Ela se sentiu bem por estar se sentindo mal. Ela voltaria para sua família, seus amigos, sua vida, sua cama, seu quarto. Só que de alguma forma, aquilo não parecia ser suficiente depois de tudo que ela havia presenciado ali. Ela tinha algo a mais que lá ela não conseguia ter. Ela mesma. Todo o seu ser. Ela era seus sonhos, esperanças, sorrisos e felicidade. 
Chamou o número do vôo. Hora de entrar e ficar num avião 9 longas horas. E ela amava a ideia. 9 horas sem nenhum tipo de comunicação com o mundo, acima das nuvens, acima do oceano, vendo um pouco da imensidão de um ponto de vista que nunca havia tido. Ela veria o crepúsculo. Enxergaria as cidades e suas milhares de luzes. Tinha filmes legais passando. O celular tinha bateria. Tinha tomado o Dramin, logo estaria dormindo como pedra.
Hora de levantar vôo. Respirou fundo e sussurrou pra si mesma "eu vou voltar. Vou voltar e pra ficar".








domingo, 28 de abril de 2013

Night drive.

Era quase meia noite, todos em casa já estavam dormindo. Menos eu. Não conseguia descansar a cabeça. Tive um dia ruim, uma semana ruim, uma sensação ruim, um sentimento de cansaço incrivelmente grande, como se eu estivesse no peso de uma pena e qualquer outra força fosse mais forte que eu. Quando alguém tocou a campainha. Eu estava de pijama, cabelo bagunçado, cara sonolenta apesar da falta do sono. Fui rápido pra não ter o perigo de acordar ninguém, quase cai. Abri a porta e me deparei com ele, também com cara sonolenta, pijama e chinelo, com celular e chaves do carro na mão. E eu já sabia do que se tratava: uma aventura no meio da noite. E era exatamente o que eu queria e precisava. Assim, do nada, ele já sabia tudo sobre mim. Uma vírgula num lugar diferente na frase, um ponto de exclamação faltando ou a falta de ânimo na minha voz ele sabia de cor e salteado como eram e sabia que aquela era a hora dele agir. Eu apenas sorri, ele sorriu de volta. Fechei a porta com cuidado.
- Preciso voltar antes deles acordarem.
- Temos pelo menos 6 horas até lá.
Corremos para o carro. De repente, ele joga as chaves pra mim.
- Hora de você dirigir.
- Mas eu não sei...
- Eu tô do seu lado, eu te ensino. 
Aceitei o desafio. Talvez eu poderia bater em alguns postes, cruzar algumas esquinas e frear em cima de um sinal vermelho. Mas tudo bem, tem um momento na vida que a gente precisa desafiar nossos medos e inseguranças sem um aviso prévio, vai que assim funciona...
- Certo, vamos começar então. Você tá precisando distrair essa cabeça.
E assim foi. Algumas dicas aqui e ali, algumas brecadas fortes, algumas risadas, alguns olhares. E muitas palavras. Muito espaço para eu conseguir ser eu mesma e conseguir ficar realmente melhor e esquecer da semana ruim.
- Ok, tem um Dunkin Donuts na próxima rua. Precisamos de uma caixa deles e dois cafés. 
E fomos lá, pegamos os donuts e os cafés e ele me deu as direções. E conforme iamos avançando eu sabia onde aquilo ia dar...
- Praia?
- Ahá, então seu senso de direção está melhorando?
Realmente ele havia melhorado. Ainda bem. Nunca vi alguém que esquece caminhos tão rápidos como eu. Mas ali não, ali era diferente. Aquele lugar tinha um significado. 
Chegamos e a visão que tinhamos era algo parecido com uma pintura. A lua estava cheia, iluminava tanto a noite. O som do mar era brando. A brisa era gelada. Ele tirou um cobertor do porta mala, nos sentamos lado a lado em cima do capô do carro e nos cobrimos. Comemos os donuts e tomamos o café. Eu apoei em seu ombro, ele beijou minha testa, meu nariz e depois meus lábios, da maneira mais calma possível. E ficamos abraçados por um tempo olhando a lua em silêncio. E ele não ousou quebrar, porque sabia que era aquilo que eu queria, e que quando eu estivesse pronta iria lhe contar o porque do meu desânimo. O que não demorou muito. Eu conseguia me abrir com ele de um jeito que nunca havia conseguido me abrir antes. Ele escutava, ele não julgava, ele me confortava. Com palavras, com silêncio, com um abraço. Mas ele sempre me confortava. Não importava a gravidade da situação, desde as mais complexas até as mais idiotas. E era tão bom saber que existia alguém disposto a sair no meio da madrugada pra me fazer sentir melhor, pra me tirar de mim mesma um pouco. Era bom sentir aquela sensação de casa quando eu estava com ele, mesmo estando tão longe de casa, eu me sentia em casa, como se eu pertencesse àquele momento. Como se eu pertencesse ao lado dele e ele ao meu. E a lua, o mar e aquela noite fria da brisa do mar eram a prova de aquilo eu podia chamar de amor.  















sexta-feira, 15 de março de 2013

Just drive.

Eu tenho essa fantasia de pegar meu carro, minha camera, meu óculos de sol, minha carteira, vários cds e sair sem rumo em uma semana normal, ou talvez em um final de semana qualquer. E dirigir vendo o mar do meu lado e a natureza verde do outro. Ver as pessoas andarem. Ver o movimento do mar. Mas eu não pararia até eu sentir que deveria. Poderia levar horas, até mesmo um dia todo. Mas eu não iria me importar. Seria, provavelmente, um dos melhores dias da minha vida. Eu amo passar um tempo dentro de um carro. Me chamem de louca, mas eu realmente gosto, acho incrível passar por vários lugares, sentir diversas paisagens e ter aquela vista da estrada sem fim. É como se eu me sentisse mais... eu mesma. Mais calma, mais em paz com a alma. Não sei bem ao certo porque tenho todas essas sensações, mas pra mim, as jornadas longas de carro sempre me fazem bem. Me faz bem ficar olhando os outros carros passarem e ficar imaginando pra onde vão, com quem estão, o que fazem. E eu imagino como deve ser boa a sensação de estar dirigindo, de alguma forma, estar te guiando em uma estranha, pra um lugar estipulado por si mesmo. E mal posso esperar para que eu esteja no volante e no carro do meu lado esteja uma menina tão sonhadora e curiosa pra descobrir o mundo como eu. E eu vou sorrir quando o carro dela passar do meu lado. E vou sentir como se eu pudesse alcançar qualquer coisa. O fim da estrada seria o limite. E eu daria meia volta, e pegaria outra, até o final.

domingo, 10 de março de 2013

Open that door, girl.

A verdade é que eu gostaria de sair correndo. De tudo, de todos, de mim mesma. Um dia pra eu ser ninguém, sabe? Um dia sem ser filha, estudante, amiga, irmã. Um dia pra eu ser eu mesma, apenas. Porque cansa. E eu tô tão cansada ultimamente. Não consigo dormir direito, os meus sonhos são relacionados com perder 4 questões na prova de redação e ir pra escola sem ter estudado pra prova de geometria (o que pode ser verdade, porque não consigo estudar geometria. Um: eu odeio a matéria. Dois: não vai adiantar porque eu sei que vou me ferrar na prova). Nos dias que posso dormir até tarde, eu acordo por volta das sete e meia. Não vou na minha viagem de formatura. Não quero mais ir no meu baile. Não quero mais ser oradora. Não quero mais estudar nem pras provas, nem pro vestibular. Queria uma passagem pra NY, coisa que também não vai acontecer esse ano, e eu realmente estava contando com isso. Queria morar em outro lugar, e não me julgue rebelde por isso, é só que não aguento mais ver minha mãe tentando e fazendo de tudo pro meu irmão, pra ele devolver sendo mal humorado, ignorante, mimado e superficial. E tô cansada de ficar ouvindo somente problemas, e dos financeiros ainda, que são os que mais me irritam. Odeio o fato de minha mãe cobrar com que eu limpe, lave e guarde a louça, estude pra prova ao mesmo tempo sendo que ela não tá me dando apoio no vestibular e acho que ela não consegue falar comigo disso, o que eu realmente não entendo. Eu queria começar a ver uma psicóloga, mas meu irmão também é prioridade nesse quesito. Tô sentindo pessoas que eram muito próximas de mim se afastando aos poucos e sinto como se eu não devesse fazer nada sobre isso, o que é estranho, mas eu fiz minha parte, e as pessoas não ficam pra sempre na nossa vida. É um ciclo. As vezes sinto uma solidão imensa e prometo a mim mesma não sentir falta dele, mas as vezes, nos dias ruins, eu sinto. Porque querendo ou não, ele já me fez sorrir. Sinto saudades de ter alguém perguntando como foi meu dia, todos os dias... Só que eu me controlo e omito isso. Ninguém precisa saber, certo? Vão me achar fraca por isso, mas eu sei que ter aguentado ficar sem falar isso foi um ato até que bem forte da minha parte.
O problema é que tudo é decisivo agora. Sabe, uma pequena pedra muda seu caminho inteiro. E é esse o grande problema: eu tenho medo de errar. Tenho medo de deixar algum detalhe de fora, de esquecer alguma matéria, de não estudar o suficiente, de não ser o suficiente, de não ir bem na escola, de não conseguir ir bem na redação, de não conseguir passar num vestibular, enfim. Porque meu futuro meio que depende disso. E eu não acredito que ele chegou tão rápido. O futuro tá apenas a alguns meses de mim. E é  a minha chance de sair dessa cidade, de conseguir minha liberdade, minha independência que eu tanto sempre quis. O problema do futuro estar perto é exatamente o tempo. O tempo com que eu vou ter que adequar pra ele, o tempo que eu vou ter que aguentar tudo, o tempo que eu vou ter que deixar de ficar algumas horas lendo ou no computador pra me afundar nos livros, as tardes que eu vou gastar na escola, o tempo do futuro tá me fazendo crescer, e isso não é uma coisa ruim, pelo contrário, isso é ótimo! É só assustador em como tudo está em minhas mãos. É muita responsabilidade, é um passo maior pra me tornar "adulta". O que eu quero pra mim está a meu poder. Pela primeira vez. Isso é o que me assusta. Estou me desapegando de uma grande parte da minha vida. E estou ciente disso e da necessidade disso.
Era pra mim estar estudando geometria, só que eu precisava chorar, eu precisava soltar as palavras que minha mente estava segurando, e eu me sinto mais calma e melhor. Porque as vezes é só isso que eu preciso.. colocar meus pensamentos em palavras. Assim como eu disse a alguém, isso é o melhor que podemos fazer em momentos assim... confusos.





domingo, 17 de fevereiro de 2013

Daydreamin.

Eles chamam sonhar de loucura. De viver fora da realidade. De ser uma incógnita no universo, apenas vagando sem rumo. Eles dizem que quem sonha nunca chega a lugar nenhum. Bom, deixa eu te dizer uma coisa sobre sonhos: eles são os que nos fazem viver, não apenas sobreviver. Eles, por algum motivo, bloquearam seus sonhos ou apenas são pessoas muito covardes, que não conseguem conviver com um erro, aprender com um caminho errado, e sonhar com todo o coração, aceitando todo o caminho mesmo sem saber o que espera ao longo dele. Sonhar não é loucura, é abraçar o mundo, se entregar pra si mesmo, ser dono do próprio destino. Viver fora da realidade? Não. Os sonhos são uma realidade pra quem sonha, e se não é, um dia vai ser, mas uma versão melhorada da realidade.  Quem sonha não vaga sem um rumo, eles tem um rumo traçado na cabeça, eles sabem que o futuro existe, e eles esperam o melhor dele. Quem sonha, sonha sobre o futuro, como você vai estar a alguns anos, você vai fazer o que? Vai achar alguém do jeito que amanhã? Vai estar na faculdade que quer? Vai estar feliz? São tantas questões... e só vamos descobrir a resposta se tomarmos o rumo que nossos sonhos apontam. E quem sonha chega exatamente no lugar que quer chegar. Se nunca desistir, se respirar fundo nas horas onde tudo é convicção pra desistência, se você remar contra a maré e provar pra quem achou que tudo isso era perda tempo, que cada minuto valeu a pena.
Porque sonhar é assim, sabe? Você tem que provar pra si mesmo o tamanho do poder que você tem, pra poder provar mundo do que você é capaz. Deixe que falem. O poder dos nossos sonhos é bem maior do que qualquer comentário negativo. Mas não desista, sabe? Todo sonho vale a pena. Não importa se ele seja o que você considera impossível, a palavra tem uma parte importante que diz possível. E sim, dá pra quebrar o impossível e torná-lo no possível.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

For the first time.

Eu queria poder ter um quarto só pra mim. Eu poderia pintar da cor que eu quisesse, ter as coisas exatamente no lugar que eu gostasse. Poderia conversar no telefone de madrugada, ouvir música alta sem ninguém me interromper, ficar sozinha eu comigo mesma do jeito que eu adoro. Algo só meu, pra variar.
Porque existe esse problema na minha vida... são poucos os momentos que consigo ter algo só pra mim. Um quarto é um bom exemplo. Tirando coisas materias, a única coisa que tenho realmente minha são meus sonhos, minhas memórias, meus pensamentos. E sim, isso é suficiente. E eu me seguro a isso todos os dias da minha vida.. Quando eu quebro, eu lembro da minha cidade, e de como eu me senti e de como eu me achei, e de repente eu tô bem e já tô sonhando sobre voltar pra lá e não voltar mais pra cá. Mas daí eu lembro de todos os noventa e nove por centro de impecílios no caminho que me prendem de volta, que são tão decisivos pra tornar um sonho real, e minha cabeça luta pra tirar esse tipo de pensamento dela. E o coração aperta, de saudade. De voltade de voltar, sem preocupação, sem toda a rotina, aquela paisagem, as pessoas, o céu, os aviões, os barulhos na cidade e no fim da tarde, a verdadeira felicidade e emoção em estar olhando algo pela primeira vez. Olhar algo pela primeira vez e se dar conta de que era aquilo que você tava procurando. Olhar algo pela primeira vez depois de tanto tempo olhando para as mesmas pessoas, mesma cultura, mesmo país. O novo fascina. O novo faz com que você sinta que o mundo ainda tenha esperança. E o novo me fez sentir em casa, me fez entender a mim mesma e o porque eu me sinto assim em relação ao novo, ao desconhecido. Eu tenho o espírito de aventura guardado em mim. Eu só precisava do lugar certo pra começar a explorar essa parte de mim que nem eu mesma conhecia. Gosto do desconforto das poltronas do avião, gosto de poder me sentir acima de tudo, amo sentir a sensação assustadora de como o mundo é grande e nós não somos praticamente nada se comparado a extensão dele, amo a sintonia perfeita das nuvens, amo ver o oceano de cima, amo saber que naquele momento, eu estou indo rumo ao desconhecido. Gosto de aeroportos lotados e de ter tanta pessoa de tanto lugar reunidas num mesmo espaço. Gostei de brincar de mim mesma em um lugar que eu poderia ser qualquer outra pessoa.
Posso não ter um quarto só pra mim, mas quem liga pra um quarto quando se tem um coração e mente cheio de sonhos e memórias pra ser só meu e de mais ninguém?

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

9am, city side.

Naquela específica manhã, ela levantou atrasada por algum motivo (sono, talvez) e se vestiu rapidamente, mas não aleatoriamente. Ela não poderia perder o trem. Era por volta das nove horas da manhã de uma manhã incrivelmente gelada de janeiro, e as notícias diziam que ia nevar. O trem não demorou a chegar. E foi naquele trem, que ela estava cada vez mais convencida do quanto ela havia crescido em um espaço tão curto de tempo. Ela cresceu assim, sem perceber. Ela teve que tomar mil e uma decisões que a levaram até aquele trem, as 9 horas da manhã. A decisão já foi dificil, mas nada se compara com o quanto foi estar ali, naquele momento. Não pelo fato dela ter acordado atrasada e quase perdido hora, mas o fato dela estar lá, fazendo isso. Ela deixou pra trás anos da sua vida e embarcou rumo ao desconhecido. E ela tinha certeza que não ia ser fácil. Só que pelo menos ela era mais ela mesma. Lá fora passava alguns pontos e paisagens sendo rapidamente deixadas pra trás, e ela já sabia reconhecer o caminho, as estações e as pessoas que vinham naquele mesmo trem, todo dia, durante toda semana. Ela ficava imaginando o que os teria levado até ali, naquele trem, naquela rotina. De repente, aquela paisagem. Aqueles traços de prédios e pontes que ela via todos os dias e todos dias tinham nela o mesmo efeito: amor. Ela amava aquilo com todas as suas forças e com todo o seu ser. E o trem parou. E como todos os dias aquela sensação de felicidade tomava conta dela. Como se ela estivesse pisando nas nuvens. Ela não ligava para as pessoas apressadas e com feições mal humoradas, ou o fato de tudo ter que ser rápido, aquilo a fascinava.
Ela andou alguns blocos até a faculdade. E por ela, ela ficaria andando o dia todo. Tudo aquilo era novo pra ela... como se ela tivesse aprendido a olhar tudo pela primeira vez. E talvez era isso que tornava tudo tão mais maravilhoso; a sua nova visão de mundo.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Hello, good morning, how you've been?

Ela não precisa de muito pra ser feliz. Alguns livros bons e de preferência os antigos com aquele típico cheiro de livro guardado na prateleira, uma xícara de café de manhã, esmalte preto, cabelo que acorda arrumado, roupa já em mente, fones de ouvido, aquela playlist que ela chama de favorita e alguma inspiração pra levantar da cama. Ela gosta de entrar no trem e mudar, por um dia, o seu rumo da rotina. Ela queria ir naquela cidade que fica no final da linha do trem. Ela foi lendo. Ela tem aquela capacidade de mergulhar no livro com toda sua alma. Compreende os personagens, sente o que eles sentem e fica passando a cena em sua cabeça. Adora isso. Livros de clichês românticos? Não, obrigada, ela dispensa. Ela gosta de aventura, de emoção, de algum amor complicado, de alguma pitada de mistério e de sentir a liberdade que cada personagem tem.
Os seus olhos brilham toda vez que descobre algo novo. Toda vez que consegue algo. Toda vez que se sente perto dos seus sonhos. Seus sonhos? Ela se segura neles, como se sua vida dependesse disso. E talvez dependa. O dia passou rápido, ela sentou em uma lanchonete perto de uma praia pra escrever um pouco, distrair a cabeça dos próprios pensamentos, ter um tempo pra si mesma. O trem chegou, hora de voltar pra casa. Na verdade, ela já está em casa. O mundo é a casa dela. Aquela cidade. Aquela sensação de estar bem consigo mesmo é a casa dela. Ela abriu um sorriso com esse pensamento. Ela se sentou e do lado dela, havia uma mulher, já de idade, que sorriu pra ela quando sentou. Aquilo fez o dia todo valer a pena. Saber que ainda existem pessoas que não precisam de um motivo para abrir um sorriso para estranhos. Elas conversaram até chegarem ao destino de ambas. "Você ainda vai ser muito feliz, menina. Se parece comigo quando eu era mais nova... sonhadora". E foi com aquela frase que ela se sentiu melhor do que imagina que poderia se sentir naquele dia. Não precisou de muito. Foi um dia que muitos consideram normal. Mas pra ela não. Foi um dia cheio de pequenos detalhes que arrancaram um sorriso dos lábios. Aquele dia era um típico dia que ela ia sempre se lembrar. Um dia simples aos olhos de qualquer um, um dia simplesmente feliz, para ela. São dias como esse que a lembram como a vida pode ser boa. E que dias ruins estão ai pra fazer com que dias bons valham a pena. Dias ruins foram feitos pra tirar aprendizado, dias bons pra colocar em prática. E ela sabe disso. E se ela esquece disso? Esquece, quase todos dias. Mas ainda sim são nas pequenas coisas que ela vai se lembrando, aos poucos.
Ela tomou um longo banho de banheira, com aquelas velas com cheiro de perfume doce de jasmin que ela adora e ao som de John Mayer. Após pelo menos quase 2 horas, ela colocou seu pijama preferido e sentou na varanda da frente, apenas observando a lua, as estrelas, os aviões que passavam e ficava imaginando quem estaria lá dentro, pra onde iriam e qual eram a história deles. Quantas pessoas estariam observando aquelas mesmas pessoas e de que parte do mundo? Ela chegou a conclusão que não importa onde essas pessoas estavam, o que importava é que elas conseguissem enxergar a beleza daquelas estrelas. E acima de tudo, da vida.








domingo, 13 de janeiro de 2013

Back at the day.

Quando eu era menor, eu só dormia com a televisão ligada pra ter alguma luz, algum barulho e a porta tinha que estar sempre aberta. Não conseguia dormir com ursinho de pelúcia. Odiava computador com todas as minhas forças. Tinha um amor incrível por livros de poesia e houve um tempo que achei que poderia ser escritora algum dia. Eu era simplesmente grudada com meu pai e sempre demonstrava tudo que sentia. Não entendia celulares e nem queria entender. Páscoa era sempre minha época preferida do ano. Sonhava em morar em NY. E sempre quis ser princesa. Amava dias ensolarados e quentes.
Luz apagada, porta do quarto fechada, televisão desligada, gosto de escuridão e silêncio. Só durmo com um cobertor (não importa o quão calor estiver) e abraçada com meu urso de pelúcia, que por sinal tenho cinco. Computador tem sido uma das minhas válvulas de escape, assim como meus livros, que não são nenhum de poesia. Acho que não relo em um livro de poesia desde meus nove, dez anos. Escritora? Que nada. Nem escritora, nem bióloga, mas sim psicóloga é o que eu sonho em ser. Sou a melhor amiga da minha mãe e apesar de eu sempre rir com meu pai, não sou mais tão próxima dele e passo a maior parte do tempo brigando com meu irmão. Não consigo mais ser transparente quando o assunto é sentimentos. Gosto de guardar algumas coisas pra mim porque eu me entendo mais do qualquer um. Não imagino minha vida sem meu celular e mal consigo ficar algumas horas sem ele. Não gosto da Páscoa como antes porque pra mim é só uma desculpa para as pessoas comprarem chocolates em forma de um ovo grande com alguma espécie de brinde dentro, mas eu amo o Natal, que é pra mim é um das coisas mais mágicas que existe. Princesas pra mim são, provavelmente, uma das maiores mentiras da humanidade, mas ser uma não seria uma má idéia. Prefiro dias frios e chuvosos. E bom, morar em NY ainda é o maior sonho de toda a minha vida, e isso vai mudar logo. Vai deixar de ser um sonho pra virar uma realidade.
É bom saber que eu mudei. É bom ver que eu mudei em tantas coisas, mas a minha essência não muda. É bom saber que mesmo com um mundo ferrado e uma sociedade louca e auto destrutiva, eu ainda tenho a mim mesma e as minhas mudanças.

sábado, 12 de janeiro de 2013

We were meant to live for so much more.

O som da chuva calma e constante contrasta com o barulho dos meus pensamentos. Um ano novo começou e com ele eu deixei com que meus pensamentos saissem do meu controle. Eu tenho um problema de sempre sofrer as coisas por antecedência. E ultimamente eu tenho ficado desanimada por motivos que nem deveriam ser considerados motivos. Afinal, esse é meu ano. Como eu sei? Eu só sei. E agora eu tenho certeza disso. Eu tenho pessoas maravilhosas do meu lado, eu tenho a fé que preciso, tenho a cabeça que preciso, tenho os sonhos e as metas que vou transformar em realidade. E eu sei, bem lá no fundo, que vou conseguir realizar todo e qualquer sonho. Como eu cheguei a essa conclusão? Pelo simples fato de que quando você realiza um dos seus maiores sonhos você abre espaço pra um sonho maior ainda, que você ainda não tinha a coragem de se permitir sonhar naquela proporção. Mas eu não tenho mais esse medo. Porque eu cheguei tão longe... E isso só me mostrou que posso chegar mais longe ainda. Porque eu sei que fui feita pra viver muito mais! Eu sei que se eu quero, se eu batalhar, eu vou conseguir. A minha identidade são meus sonhos, eu sou os meus sonhos, e me orgulho muito disso. Eu sei que muitas pessoas acreditam em mim e isso é tão bom de saber, e eu acredito em mim. Mesmo que algumas vezes eu esqueça, eu acredito muito em mim. Eu sou exatamente quem eu gostaria de ser e estou exatamente onde tenho que estar, não que meu futuro seja ficar aqui. Sempre fui muito de planejar tudo, e agora eu quero me surpreender deixando o destino me surpreender também, sabe? Eu quero ser a dona do meu próprio destino e eu sei que vou ser. Eu sei que as coisas vão ficar bem. Eu sei que esse ano vai ser um dos melhores da minha vida. Eu sei que esse ano é a reta final de uma fase importante da minha vida. E o melhor de tudo, eu sei que eu tenho a mim. E eu sou a melhor pessoa que eu poderia pedir. Eu sou quem eu sou, e eu realmente amo isso. E isso é suficiente.