sexta-feira, 15 de março de 2013

Just drive.

Eu tenho essa fantasia de pegar meu carro, minha camera, meu óculos de sol, minha carteira, vários cds e sair sem rumo em uma semana normal, ou talvez em um final de semana qualquer. E dirigir vendo o mar do meu lado e a natureza verde do outro. Ver as pessoas andarem. Ver o movimento do mar. Mas eu não pararia até eu sentir que deveria. Poderia levar horas, até mesmo um dia todo. Mas eu não iria me importar. Seria, provavelmente, um dos melhores dias da minha vida. Eu amo passar um tempo dentro de um carro. Me chamem de louca, mas eu realmente gosto, acho incrível passar por vários lugares, sentir diversas paisagens e ter aquela vista da estrada sem fim. É como se eu me sentisse mais... eu mesma. Mais calma, mais em paz com a alma. Não sei bem ao certo porque tenho todas essas sensações, mas pra mim, as jornadas longas de carro sempre me fazem bem. Me faz bem ficar olhando os outros carros passarem e ficar imaginando pra onde vão, com quem estão, o que fazem. E eu imagino como deve ser boa a sensação de estar dirigindo, de alguma forma, estar te guiando em uma estranha, pra um lugar estipulado por si mesmo. E mal posso esperar para que eu esteja no volante e no carro do meu lado esteja uma menina tão sonhadora e curiosa pra descobrir o mundo como eu. E eu vou sorrir quando o carro dela passar do meu lado. E vou sentir como se eu pudesse alcançar qualquer coisa. O fim da estrada seria o limite. E eu daria meia volta, e pegaria outra, até o final.

domingo, 10 de março de 2013

Open that door, girl.

A verdade é que eu gostaria de sair correndo. De tudo, de todos, de mim mesma. Um dia pra eu ser ninguém, sabe? Um dia sem ser filha, estudante, amiga, irmã. Um dia pra eu ser eu mesma, apenas. Porque cansa. E eu tô tão cansada ultimamente. Não consigo dormir direito, os meus sonhos são relacionados com perder 4 questões na prova de redação e ir pra escola sem ter estudado pra prova de geometria (o que pode ser verdade, porque não consigo estudar geometria. Um: eu odeio a matéria. Dois: não vai adiantar porque eu sei que vou me ferrar na prova). Nos dias que posso dormir até tarde, eu acordo por volta das sete e meia. Não vou na minha viagem de formatura. Não quero mais ir no meu baile. Não quero mais ser oradora. Não quero mais estudar nem pras provas, nem pro vestibular. Queria uma passagem pra NY, coisa que também não vai acontecer esse ano, e eu realmente estava contando com isso. Queria morar em outro lugar, e não me julgue rebelde por isso, é só que não aguento mais ver minha mãe tentando e fazendo de tudo pro meu irmão, pra ele devolver sendo mal humorado, ignorante, mimado e superficial. E tô cansada de ficar ouvindo somente problemas, e dos financeiros ainda, que são os que mais me irritam. Odeio o fato de minha mãe cobrar com que eu limpe, lave e guarde a louça, estude pra prova ao mesmo tempo sendo que ela não tá me dando apoio no vestibular e acho que ela não consegue falar comigo disso, o que eu realmente não entendo. Eu queria começar a ver uma psicóloga, mas meu irmão também é prioridade nesse quesito. Tô sentindo pessoas que eram muito próximas de mim se afastando aos poucos e sinto como se eu não devesse fazer nada sobre isso, o que é estranho, mas eu fiz minha parte, e as pessoas não ficam pra sempre na nossa vida. É um ciclo. As vezes sinto uma solidão imensa e prometo a mim mesma não sentir falta dele, mas as vezes, nos dias ruins, eu sinto. Porque querendo ou não, ele já me fez sorrir. Sinto saudades de ter alguém perguntando como foi meu dia, todos os dias... Só que eu me controlo e omito isso. Ninguém precisa saber, certo? Vão me achar fraca por isso, mas eu sei que ter aguentado ficar sem falar isso foi um ato até que bem forte da minha parte.
O problema é que tudo é decisivo agora. Sabe, uma pequena pedra muda seu caminho inteiro. E é esse o grande problema: eu tenho medo de errar. Tenho medo de deixar algum detalhe de fora, de esquecer alguma matéria, de não estudar o suficiente, de não ser o suficiente, de não ir bem na escola, de não conseguir ir bem na redação, de não conseguir passar num vestibular, enfim. Porque meu futuro meio que depende disso. E eu não acredito que ele chegou tão rápido. O futuro tá apenas a alguns meses de mim. E é  a minha chance de sair dessa cidade, de conseguir minha liberdade, minha independência que eu tanto sempre quis. O problema do futuro estar perto é exatamente o tempo. O tempo com que eu vou ter que adequar pra ele, o tempo que eu vou ter que aguentar tudo, o tempo que eu vou ter que deixar de ficar algumas horas lendo ou no computador pra me afundar nos livros, as tardes que eu vou gastar na escola, o tempo do futuro tá me fazendo crescer, e isso não é uma coisa ruim, pelo contrário, isso é ótimo! É só assustador em como tudo está em minhas mãos. É muita responsabilidade, é um passo maior pra me tornar "adulta". O que eu quero pra mim está a meu poder. Pela primeira vez. Isso é o que me assusta. Estou me desapegando de uma grande parte da minha vida. E estou ciente disso e da necessidade disso.
Era pra mim estar estudando geometria, só que eu precisava chorar, eu precisava soltar as palavras que minha mente estava segurando, e eu me sinto mais calma e melhor. Porque as vezes é só isso que eu preciso.. colocar meus pensamentos em palavras. Assim como eu disse a alguém, isso é o melhor que podemos fazer em momentos assim... confusos.