segunda-feira, 14 de julho de 2014

Long gone.

Talvez o cavalheirismo tenha mesmo morrido. Ou talvez tá adormecido em algum lugar bem profundo e escondido na cabeça das pessoas. Vai saber. Só que, ao meu ver, as pessoas também não estão mais habituadas a esse tipo de atitude, então ela parece ser estranha. Falsa. Até mesmo ridicula. Ah, tá faltando atitude? Tá sim. Mas tá faltando também palavras de carinho, palavras que nos abracem, palavras que soam bem aos nossos ouvidos. Não quero ninguém pra abrir a porta do carro pra mim todos os dias, sei que é pedir demais. Mas não ia doer abrir uma vez, com um sorriso. Dirigir com uma mão no volante e a outra entrelaçada na minha. Aparecer nem que for com uma rosa roubada do jardim do vizinho. Comprar um café e um bolinho e levar numa manhã de domingo chuvoso. Pedir comida e passar o dia no sofá embaixo da coberta revesando entre filmes que eu gosto e que você gosta. A gente vive em um tempo tão absurdo que nesse momento eu já tô achando loucura tudo o que eu escrevi. A verdade é que deixaram tudo de mais simples morrer. Deixaram toda a graça da coisa se perder. E pra achar essa alma perdida em um mar de gente mais perdida ainda?

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