sexta-feira, 27 de junho de 2014

Loving can hurt sometimes.

Uma noite rindo com as minhas amigas era o que eu precisava pra deixar um pouco todo o drama chamado você de lado. E adiantou. A ferida cicatrizou por umas horas, até meu celular vibrar. Ah, deixa quieto, ele não vai ser, tenha certeza. Dois minutos. Tá, vai lá ver.
"Tô aqui na frente. Preciso falar com você"
Respira fundo, não mostra o quanto você quer, indiferença é o melhor remédio. 
"As meninas todas tão aqui, precisa ser rápido. Não que eu tenha algo pra conversar com você, mas ok."
Visualizado.
O que minhas amigas vão pensar? Ah, foda-se. Preciso ouvir tudo o que ele tem a me dizer, de qualquer jeito.
"Ele tá aqui na frente.. só preciso ouvir o que ele vai dizer, prometo. 10 minutos, no máximo."
Claro que todas tentaram me convencer o contrário. Mas sabe, o que eu não daria pra dar um abraço ou só olhar nos olhos verdes dele de novo... eu preciso. Sei lá, é como se ele fosse minha doença e minha cura, ao mesmo, só que em diferentes doses e momentos. Não sei explicar, mas ele é meu anjo, e meu demônio. E as vezes os dois. Só que nunca sei qual dos dois vou encontrar. E isso é uma verdadeira merda, se você quer saber. Tenho que estar sempr preparada para os dois. E hoje, eu tô. Tô preparada.
Ai Deus, ele tá aqui mesmo. Vai e prova pra si mesma que consegue passar por isso.
"Oi.."
"Fala o que você quer e por favor, se for me machucar, me avisa que eu nem vou perder meu tempo."
"Só me ouve, tá? Se eu tô aqui é porque me importo, de alguma forma. Porque óbvio que meus amigos terem brincado com a situação, terem tirado palavras da minha boca, te posto em tal situação, foi ridiculo. E eu só acho que preciso te pedir desculpa por não ter feito nada. É que você sabe como a gente é, ne? N.."
"PARA. Só para. Nem continua. Eu não acredito que to ouvindo isso. VOCÊ É RIDICULO. Já falei com voce disso, certo? E lembra o que você me disse? Que não é culpa sua, que você já deixou bem claro que não vai mais ficar comigo e não sei o que. Você correu, correu assustado como voce sempre fez. E eu n
ão vou mais aturar essa porra toda. Cansei da sua bipolaridade, que parece que uma hora voce me quer e na outra voce me quer longe, uma hora voce demonstra interesse e na outra voce evita contato. Cansei dos seus amigos desnecessários, cansei das suas atitudes desnecessárias e de tudo que tem a ver com voce. Cansei das noites em claro, das lágrimas, da incerteza, da insegurança. Cansei. Não vou ocupar mais meu tempo com alguém que não vai me levar a nada NUNCA."
Fico até sem folego. E ele percebe. Coloca a mão na nunca, apoia a cabeça no volante. Olha pra frente por uns bons dois minutos e finalmente se vira pra mim.
"Eu nunca quis te machucar. Nem te encher de esperança. Só que aconteceu, e voce sabe que eu nunca quis nada com voce. Voce criava cenários, e eu aproveitava outros. Eu não quero que ninguem me de o poder de gostar de mim, porque nao acho que mereço. Pelo menos não o seu. E voce sabe disso. Voce precisa de alguem que te faça feliz, muito mais feliz do que eu nunca vou fazer."
"Não. Voce não sabe disso. Voce não entende a dimensão do sentimento, ou que eu sinto, nem eu sei. E isso ai é coisa de amor de cinema, e eu não preciso disso. Eu preciso de alguém que me faça sentir viva, me faça sentir bem. E você meio que fez isso. E você não é chato, nem feio, nem beija mal, nem tem um abraço ou um cheiro ruim.."
UOU. Aquilo ali no canto foi um sorriso?
"Tá vendo, é isso que eu to falando. Você tem todos os motivos pra me mandar pra longe, mas você sempre quer me puxar mais perto... E sabe do que mais? Deu certo."
E o improvável acontece. Sim. Ele me beija. Exatamente do jeito que eu me lembrava... Como se fosse a primeira vez tudo de novo. Senti o frio na barriga, o toque dos seus dedos nas minhas pernas, o jeito com que ele me segurava. Não era tudo novo, era como se nunca tivessemos ficado 6 meses sem fazer isso. Eu me lembrava exatamente disso: de como a gente se encaixava. E isso sempre foi uma das coisas favoritas sobre nossos momentos. 
Só que eu também me lembrava do depois. Da transformação. Do afastamento. Da parede que ele sempre criava entre eu e ele. E isso me matava toda vez. Mas, dessa vez não, dessa vez ele só me olhou nos olhos e me beijou levemente como ele sempre fez. Como se nada mais importasse. Ele era assim, era o jeito dele. e assim, desse jeito, eu acreditava em alguma coisa. Em amor, em paixão, em sentimento, sei lá, não quero rotular. Mas com certeza me fazia sentir como se todas as coisas boas estivessem ali e agora.



Até que o despertador tocou. Assim como eu. 
Ah, como eu queria que fosse verdade... 


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