sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Letters, volume one.

Você se lembra daquele dia que a gente tava brincando numa boa e de repente começamos a falar que gostavamos um do outro, naquela gangorra? Você lembra minha cara de felicidade? Não, provavelmente não. E a gente decidiu que "estavamos juntos". Tá. E segunda eu cheguei na escola pra falar com você e era tão bom saber que eu te tinha, sabe? Nem que fosse só por o que, uns três dias... E depois por causa dos outros, a gente passou a nem se olhar na cara mais. Sempre os outros, sempre estragando tudo! Talvez fosse o universo. Ou talvez não. Tanto faz. E você sempre dizia coisas ruins sobre mim, sempre fazia com que eu me sentisse uma idiota. E eu agia como uma, sempre achava um jeito de te irritar e mostrar o quanto eu era idiota por tentar chamar sua atenção. Lembra que qualquer foto sua no orkut eu comentava coisas bobas e provocativas? Pois então. Entenda meus motivos. Só que não era como se nunca você me dava motivos...
Lembra todos os momentos "eu e você"? Tá, nunca existiu um nós, por isso eu e você separados. Só estou analisando os fatos porque me deparo nua sexta feira a noite, uma noite bem gelada em pleno setembro, em plena primavera, fazendo resumo da minha apostila de filosofia sobre amor, e lá tá dizendo que nós não nos apaixonamos pelo outro e sim pela ideia de amar. E que o exercício do amor é conquista de maturidade. E posso dizer que minha visão sobre isso amadureceu muito desde aqueles tempos que parecem ser bem remotos. Eu não te vejo mais como aquele idiota que me fez chorar quando eu tinha o que, 8 anos? Ah, por favor. O que eu sabia de amor? O que eu sei sobre amor? Nada. Por enquanto eu sei que não é pra mim e pra você. Eu olho pra você como aquele que me ajudou a amadurecer. Pode parecer a coisa mais sem nexo do universo, mas você esteve presente, de alguma forma, esses anos todos de mudanças.
Viagem de formatura. A ultima noite, noite da fogueira... aquela que eu prometi pra mim mesma que não ia falar nada e nem chorar. Ha-ha, quanta modéstia. Não tinha uma pessoa sequer que não estava chorando... era incrível. E eu olhava pra você e chorava mais, por ver as lágrimas nos seus olhos. Lembro muito bem das palavras "depois que vocês se levantarem, abracem seus amigos, façam as pazes com todo mundo, diga o que você precisa dizer". E eu estava determinada a fazer isso. Eu levantei, já mais calma e ia até você. E uau, você veio até mim, como se tivessemos tido a mesma bendita ideia. Maldita ideia, talvez. Você me abraçou de um jeito que nunca mais recebi abraço algum (se bem que depois de longos dois anos, nem me lembro mais... mas sei que foi intenso) e você sussurrou chorando no meu ouvido "desculpa, tá? Por tudo que eu já te fiz. Eu sei que pareço ter um coração de pedra mas eu não sou assim, é só uma mascara, sabe? Você é uma menina linda, incrível, legal.. nunca mude esse seu jeito" e a partir desse dia prometi que nunca mais ia mudar quem eu sou. Tá vendo? Você participou pra formar quem eu sou, nesse exato momento.
Próximo capítulo. Ano passado. Você foi a minha festa de aniversário, lembra? Você chegou bem atrasado e eu já estava ficando nervosa achando que você não iria vir. Mas quando você chegou, eu sai da piscina correndo pra ir te ver de perto, afinal, fazia um bom tempo... E eu achei que como eu estava toda molhada você nem ia falar oi pra mim direito, mas não, você tinha que ser legal e me abraçar, e se molhar junto.
Tava frio, a agua estava congelando e chovendo. Mas a gente começou a brincar na água, você me empurrava, a gente ria, pulava junto, tentava afogar um ao outro. E eu queria que aquele dia não acabasse nunca, porque a gente tava se dando TÃO bem. Dias assim era uma vez na vida, apenas.
Ano vem, ano vai... nunca mais falei com você. Por orgulho, por respeito a mim mesma e por ver o quão bem eu estava sem te ter por perto. Ou pelo menos eu tinha me convencido que era assim. Acho que faz mais de um ano que não falava com você, que não te vejo. Mas, eu evito pensar. Fiquei um mês fora e o mês inteiro foi sobre mim, e não sobre minhas cicatrizes ou sobre amor, ou sobre você.
Aí eu volto. Junto, volta tudo. O pacote completinho!
Dia do meu aniversário. Você é a última pessoa do mundo que eu esperava que me enviasse algo, mas você fez isso, me supreendeu, era meia noite. Eu fiquei feliz por ver aquilo e ao mesmo tempo não. Sei que a menina que você gosta faz aniversário no mesmo dia, e foi só por isso que você me mandou. O que vale é a intenção, né? E de repente surge aquele vontade maldita de saber como você tá. E eu não me controlei, num surto de coragem eu vi e já tinha enviado. Você me mandou o numero do seu celular (que eu havia excluido a algum tempo achando que isso ia te excluir da cabeça ou do coração.Oh, quanta inocência da minha parte, não?) e ficamos trocando mensagens. Foram tão normais que eu fiquei feliz. Foi como se fossemos... amigos. E eu não gostaria nada mais do que isso, sério mesmo. Tudo bem que a sua "sei lá o que" interrompeu, mas é a vida. E eu sei que na sua, eu não tenho parte nenhuma. Só queria deixar claro que você tem sim, uma boa parte da minha.







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