segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Homesick.

Tenho abrido e fechado essa aba pelo menos a uma semana. E toda vez que deixo ela aberta, evito. Faço outra coisa. Procuro algum filme. Ultimamente tenho assistido muitos filmes, talvez seja isso...ou talvez não seja. Não vou falar que tô mal, porque não, eu não tô. Eu estou bem. Segurando firme, respirando fundo e seguindo em frente. É isso que tenho que fazer, né? E eu sei o que eu tenho evitado. Tem nome, duração e não tem um final... apenas uma promessa de "vou voltar".
Uma promessa que preciso cumprir. Sabe, é uma promessa de que vou voltar a me ver. Voltar a vez aquela versão de mim que parece ser tão mais intensa lá. Voltar a ser feliz de um jeito que só consegui ser lá. Não que eu não seja feliz aqui, mas não é a mesma coisa. Nunca vai ser. Acho que aquele sentimento pleno de pertencer a algum lugar eu só vou ter lá. E não aqui. Eu não vejo meu futuro aqui, mas sim lá. Porque minha mente e alma não está aqui... está lá.
Eu sinto uma falta absurda de acordar cedo todas as manhãs e não me preocupar com o resto do dia, levantar ir até a cozinha e tomar uma xícara de café com beagle e depois pegar meu fone de ouvido e sair pra caminhar. Sinto falta de como eu mudava o caminho todos os dias, como sempre eu ficava maravilhada e a cada passo que eu dava, eu parecia estar pisando no céu. Sinto falta da vontade que eu tinha de caminhar ou correr todos os dias. A vontade de explorar. Como minha mente virou, por um inteiro mês, um album de fotos. E uma camera que fazia questão de capturar cada centrimetro, cada minimo detalhe... porque eu queria que, em momentos como esse, isso me confortasse. Só que não dá. A unica coisa que me confortaria era saber que logo eu estaria ali de novo, só que eu ficaria ali pra sempre e não cogitaria.
E aqueles dias maravilhosos passeando pelo Central Park, pela Fifth Avenue, andando dentro de um taxi amarelo, olhando para a felicidade estampada na cara dos outros, sentir aquela sensação incrível que era pisar naquelas ruas, respirar daquele ar e ter o prazer de enxergar tudo aquilo a minha volta. Ah, eu não queria mais nada. Aquela sensação de estar 80 andares acima do chão e nem se importar com a altura que seria um de seus medos, olhar aquela cidade de cima, ver os pontinhos amarelos lá embaixo, ver um verde no meio de tantos prédios... ver a minha selva de concreto lá de cima. Foi como se o mundo estivesse em minhas mãos, foi como se eu pudesse tudo. E eu sei que posso. Foi ali que eu percebi o que queria da minha vida, onde eu queria que meu futuro fosse, onde meu destino estava. Era ali que eu me descobri. 80 andares acima do chão, com Nova York inteira de prova.
Sinto falta de como era ver a chuva lá. Sinto falta de como eu consegui esquecer de tudo, como aquela cidade é um anestésico de problemas, como ela consegue me mostrar que perfeição existe. Sinto falta de como eu me sentia vendo todas aquelas lojas e lugares que só tinha visto em fotos. Sinto falta de como a unica coisa que importava era estar ali naquele momento. Sinto falta de tudo. Tudinho. De como minha cabeça girava em trezentos e sessenta graus nas ruas, como eu sorria tão constantemente. Mas sabe do que mais sinto falta? Daquele sensação de estou em filme. De estou vivendo e fazendo o meu próprio filme. E a partir do momento que entrei no avião pra voltar eu sabia que aquilo, era só o começo. E eu acredito que era. Tenho muita história pra escrever na minha cidade dos sonhos ainda. Só que enquanto isso tenho que me alimentar das lembranças e conviver com a saudade... uma falta insuportável de pertencer a algum lugar. Aquela falta que faz minha Nova York. Iluminada, renomada, cheia de sonhos, cores, jeitos, momentos...



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