sábado, 9 de fevereiro de 2013

For the first time.

Eu queria poder ter um quarto só pra mim. Eu poderia pintar da cor que eu quisesse, ter as coisas exatamente no lugar que eu gostasse. Poderia conversar no telefone de madrugada, ouvir música alta sem ninguém me interromper, ficar sozinha eu comigo mesma do jeito que eu adoro. Algo só meu, pra variar.
Porque existe esse problema na minha vida... são poucos os momentos que consigo ter algo só pra mim. Um quarto é um bom exemplo. Tirando coisas materias, a única coisa que tenho realmente minha são meus sonhos, minhas memórias, meus pensamentos. E sim, isso é suficiente. E eu me seguro a isso todos os dias da minha vida.. Quando eu quebro, eu lembro da minha cidade, e de como eu me senti e de como eu me achei, e de repente eu tô bem e já tô sonhando sobre voltar pra lá e não voltar mais pra cá. Mas daí eu lembro de todos os noventa e nove por centro de impecílios no caminho que me prendem de volta, que são tão decisivos pra tornar um sonho real, e minha cabeça luta pra tirar esse tipo de pensamento dela. E o coração aperta, de saudade. De voltade de voltar, sem preocupação, sem toda a rotina, aquela paisagem, as pessoas, o céu, os aviões, os barulhos na cidade e no fim da tarde, a verdadeira felicidade e emoção em estar olhando algo pela primeira vez. Olhar algo pela primeira vez e se dar conta de que era aquilo que você tava procurando. Olhar algo pela primeira vez depois de tanto tempo olhando para as mesmas pessoas, mesma cultura, mesmo país. O novo fascina. O novo faz com que você sinta que o mundo ainda tenha esperança. E o novo me fez sentir em casa, me fez entender a mim mesma e o porque eu me sinto assim em relação ao novo, ao desconhecido. Eu tenho o espírito de aventura guardado em mim. Eu só precisava do lugar certo pra começar a explorar essa parte de mim que nem eu mesma conhecia. Gosto do desconforto das poltronas do avião, gosto de poder me sentir acima de tudo, amo sentir a sensação assustadora de como o mundo é grande e nós não somos praticamente nada se comparado a extensão dele, amo a sintonia perfeita das nuvens, amo ver o oceano de cima, amo saber que naquele momento, eu estou indo rumo ao desconhecido. Gosto de aeroportos lotados e de ter tanta pessoa de tanto lugar reunidas num mesmo espaço. Gostei de brincar de mim mesma em um lugar que eu poderia ser qualquer outra pessoa.
Posso não ter um quarto só pra mim, mas quem liga pra um quarto quando se tem um coração e mente cheio de sonhos e memórias pra ser só meu e de mais ninguém?

Nenhum comentário:

Postar um comentário