Eu acreditei em cada palavra que saiu da sua boca. Eu cai no feitiço dos seus beijos. Eu ganhava borboletas no estômago toda vez que você me puxava pra perto e eu conseguia sentir sua respiração. Eu me sentia completa tendo você segurando minha mão. Eu sentia como se eu pertencesse a qualquer lugar que fosse, se você estivesse ali. É meio louco, eu sei. Começou a alguns meses e eu fui levando e levando sabendo que eu ia me apegar e que uma hora ou outra você ia me quebrar por inteira, eu sabia onde tava me metendo a partir do momento que te conheci. Eu sei da pessoa que você e das coisas que você faz. Eu não me importei. Comigo você é (ou foi) diferente. Se pra mim começou a ser algo mais fora do normal, imagine pra você. Só quer aproveitar, sair com os amigos, ficar com alguém diferente em cada festa. Ora, e por que não? Você tem 17 anos, tá no seu ultimo ano do colegial e quer aproveitar todos os momentos. Incrível que eu também pensava assim antes de te conhecer. Mas ai, do nada, começo a querer ir nos lugares porque tenho a possibilidade de te ver. E é ai que tudo começou a ir pra direção errada. Eu me apeguei, eu gostei do perigo, me agarrei nele. E o perigo me disse palavras, e eu as levei em consideração. Só que eu não sei nem se você lembra do que disse. Eu não sei nem dizer se a pessoa de semana passada foi a mesma de ontem a noite.
É meio estranho falar nesse negócio de coração quebrado de novo, só que lá vem a história se repetir. Eu sei que não posso exigir de você não ficar com outras pessoas, só que eu achei que você tivesse a decência de fazer isso quando eu não estivesse perto. E eu não consegui segurar as lágrimas e eu soube que eu tinha me apaixonado. Só que ao mesmo tempo eu chorava porque sei o quanto dói ter que tirar alguém da minha vida, esquecer. Só que não vou ter outra escolha. E quer saber o engraçado de tudo isso? É que quando eu chorava por causa de você acho que a única pessoa que me acalmaria naquele momento seria você. Eu juro que queria dizer que eu te odeio por ter me feito ter passado por isso, só que eu não consigo.
No final da festa quando eu fui falar com você, você me pareceu apreensivo. Você ficou me olhando sair. Só que você não foi atrás. Não me pediu desculpas. Porque você é assim, você some. A partir do momento que as coisas começaram a ficar mais sérias você some.
E sabe o maior problema? É que eu tava com uma vontade de você, tava com tanta saudade... e continuo com vontade, continuo com saudade. Sabe-se lá quando vou te ver de novo. Talvez seja melhor... Talvez não seja. Porque eu juro que só queria você agora. Queria te dar um tapa na cara e depois te abraçar e nunca mais soltar. Eu me sinto vazia. Eu sinto como se uma parte de mim tivesse sido arrancada. E o único que pode fazer alguma coisa sobre isso é você. Só que você não vai fazer. Então cabe a mim mesma recolher os cacos e voltar a estaca zero. Aquele lugar onde não existia você. Só que não sei mais o que seria isso.
sábado, 21 de setembro de 2013
sábado, 7 de setembro de 2013
4 green eyes.
Um olhar, mais uma vez, foi tudo o que precisou. Um olhar longo e você já colocou seus braços ao meu redor. E foi quando os dois lábios se tocaram que eu percebi o quanto sentia falta daquilo. Do seu abraço, do seu sorriso, do seu beijo, da sua voz, de você, por inteiro.
Mas eu nunca tinha percebido da falta que seu abraço me fazia. Eu sou apaixonada por abraços e palavras, e você me entregou os dois da forma mais inesperada. Eu te fazia cafuné, você fazia carinho na minha perna. Você tava todo sonolento e eu juro que te achei mais fofo ainda, e encaixava sua cabeça nos meus ombros e entrelaçava nossas mãos. Sabe aquela frase do filme que fala "e naquele momento eu me infinito"? Eu entendi. É a pessoa com que você está que faz com que você se sinta assim. Eu me senti.. em casa. Eu me senti como se eu pudesse passar minha vida inteira daquele jeito e não iria me importar. Eu senti como se o mundo inteiro tivesse desaparecido e no meio de barulho, bebida e todo o resto, só tinha eu e você. Eu queria cuidar de você. Porque eu tenho esse complexo em mim que eu acho incrível a ideia de você poder cuidar de alguém, mudar alguém. E é ai que entra todo esse sentimento... eu sinto que posso te mudar, sinto que posso inverter o protótipo garoto errado que tem em você. Sabe aquela coisa de opostos se atraem? Não poderia descrever melhor. Nós somos tão diferentes e talvez seja por isso que eu tenho a tendência de me apegar cada vez mais a você. Não que eu queira. Mas a coisa toda se tornou meio irreversível. Já me apeguei.
Podia ser o alcool falando, mas você disse que eu sou muito boa pra você e que você não me merece. E que eu sou diferente de todas as outras. E que se não tivesse as circunstâncias de um terceiro colegial, como a viagem de formatura, você namoraria comigo. E eu juro que nunca esperei ouvir isso de você, porque você não é de ficar falando isso. Então foi sincero, porque eu senti no fundo do meu coração que foi sincero. Só que ao mesmo tempo que me fez um bem gigante ouvir isso, me quebrou em mil pedaços. Porque eu sei que não vai sair de palavras, vai parar por ai.
Você ainda disse que queria dormir abraçado comigo, que não deveria existir coisa melhor. E a cena não sai da minha cabeça e tá no botão de repetir. E ela pode existir algum dia, só que meio que cabe a você..
Mas eu nunca tinha percebido da falta que seu abraço me fazia. Eu sou apaixonada por abraços e palavras, e você me entregou os dois da forma mais inesperada. Eu te fazia cafuné, você fazia carinho na minha perna. Você tava todo sonolento e eu juro que te achei mais fofo ainda, e encaixava sua cabeça nos meus ombros e entrelaçava nossas mãos. Sabe aquela frase do filme que fala "e naquele momento eu me infinito"? Eu entendi. É a pessoa com que você está que faz com que você se sinta assim. Eu me senti.. em casa. Eu me senti como se eu pudesse passar minha vida inteira daquele jeito e não iria me importar. Eu senti como se o mundo inteiro tivesse desaparecido e no meio de barulho, bebida e todo o resto, só tinha eu e você. Eu queria cuidar de você. Porque eu tenho esse complexo em mim que eu acho incrível a ideia de você poder cuidar de alguém, mudar alguém. E é ai que entra todo esse sentimento... eu sinto que posso te mudar, sinto que posso inverter o protótipo garoto errado que tem em você. Sabe aquela coisa de opostos se atraem? Não poderia descrever melhor. Nós somos tão diferentes e talvez seja por isso que eu tenho a tendência de me apegar cada vez mais a você. Não que eu queira. Mas a coisa toda se tornou meio irreversível. Já me apeguei.
Podia ser o alcool falando, mas você disse que eu sou muito boa pra você e que você não me merece. E que eu sou diferente de todas as outras. E que se não tivesse as circunstâncias de um terceiro colegial, como a viagem de formatura, você namoraria comigo. E eu juro que nunca esperei ouvir isso de você, porque você não é de ficar falando isso. Então foi sincero, porque eu senti no fundo do meu coração que foi sincero. Só que ao mesmo tempo que me fez um bem gigante ouvir isso, me quebrou em mil pedaços. Porque eu sei que não vai sair de palavras, vai parar por ai.
Você ainda disse que queria dormir abraçado comigo, que não deveria existir coisa melhor. E a cena não sai da minha cabeça e tá no botão de repetir. E ela pode existir algum dia, só que meio que cabe a você..
terça-feira, 3 de setembro de 2013
September 3rd.
Se me assusta? É claro que assusta. Todos os dias eu paro um segundo e fico até meio tonta em ver como tudo tá mudando na velocidade da luz. Me assusta em ver como sentimentos ficam mais intensos. Me assusta ver o quanto eu estou perdendo pessoas que nunca imaginei viver sem um dia. Me assusta em como me aproximei de pessoas que nunca nem imaginei. Me assusta ver como eu me achei no lugar menos provável. Me assusta saber que gosto de ficar fora de casa nos finais de semana. Me assusta ver o quanto eu percebi que preciso aproveitar esse momento o qual estou vivendo enquanto eu posso.
No começo desse ano eu fiz um voto de confiança a mim mesma dizendo que eu não ia perder a cabeça e que ia tirar o melhor que esse ano poderia me conceder. Não vou falar que as coisas estão fáceis, mas pouco ao pouco elas estão se encaixando cada vez mais, como um verdadeiro quebra cabeça. Eu soltei a corda que eu mesma segurava e deixei ver onde isso ia me levar... E me levou exatamente onde queria estar: vivendo o momento. Vivendo cada risada, cada besteira, cada furada, cada mico, cada dança, cada pessoa que me faça sentir viva. Porque eu acho que é isso, sabe? Saber estar no lugar certo, na hora certa, com as pessoas certas. E quer saber o que mais? Tô entendendo essa coisa de tudo acontece na hora certa. Elas acontecem. E a cada dia eu acredito mais e mais nisso, mesmo que alguns dias ruins tentem me provar o contrário.
No começo desse ano eu fiz um voto de confiança a mim mesma dizendo que eu não ia perder a cabeça e que ia tirar o melhor que esse ano poderia me conceder. Não vou falar que as coisas estão fáceis, mas pouco ao pouco elas estão se encaixando cada vez mais, como um verdadeiro quebra cabeça. Eu soltei a corda que eu mesma segurava e deixei ver onde isso ia me levar... E me levou exatamente onde queria estar: vivendo o momento. Vivendo cada risada, cada besteira, cada furada, cada mico, cada dança, cada pessoa que me faça sentir viva. Porque eu acho que é isso, sabe? Saber estar no lugar certo, na hora certa, com as pessoas certas. E quer saber o que mais? Tô entendendo essa coisa de tudo acontece na hora certa. Elas acontecem. E a cada dia eu acredito mais e mais nisso, mesmo que alguns dias ruins tentem me provar o contrário.
domingo, 28 de julho de 2013
Funny thing, life...
Uma coisa sobre a vida: ela segue. É tudo que você, eu e todos precisamos saber sobre ela. Tá doendo hoje? Que bom. Tudo que dói fortalece. Toda ferida, cicatriza. E cicatriz é algo que faz você lembrar que aconteceu alguma coisa ali, mas já não dói. Aquele coração quebrado? Paciência. O mundo é feito de corações quebrados. Sem eles não teriam livros, canções e histórias maravilhosas por aí. Um coração quebrado é uma das coisas que a pessoa tem que enfrentar sozinha, em um primeiro momento. Você começa a levantar e esquecer das lágrimas e da pessoa que fizeram elas cairem. Você começa a se erguer aos poucos, vai pegando os cacos um por um e remendando o estranho que alguém que passou por ali fez. E aí em algum momento, alguém vai consertar de vez, e talvez quebrá-lo de novo. E você vai passar por todo aquele processo, de novo. Só que nada acontece do mesmo jeito duas vezes. Então cada vez que seu coração for quebrado ele vai levantar diferente. E se alguém consertar ele? Ai eu não sei ao certo o que acontece. Foi eu mesma que consertei meu coração quebrado. Nenhuma ajuda pra isso. Tá, talvez alguns livros, algumas festas, companhia de pessoas maravilhosas, palavras reconfortantes e alguns casos de uma noite só. Agora, eu imagino que ter seu coração consertado por alguém deva ser algo bem... mágico. Deve ser aquele tal de amor. Que eu acho que não conheço. E sabe-se lá Deus quando vou conhecer! Mas tudo bem, tenho meio que minha vida inteira pela frente pra isso, sabe? As vezes me esqueço de me lembrar disso. Que se não for agora, vai ser mais pra frente, num futuro por aí. É que as vezes bate uma solidão, sabe? Daquelas de querer ter alguém pra conversar sobre coisas aleatórias do seu dia (quase fiz coisa errado devido a isso então obrigada cérebro, por não ter deixado meu coração ter sobresaído sobre essa decisão, tô te devendo uma!), um abraço que se encaixe em você, um cinema ou apenas uma presença. A verdade é que o amor me deixa enjoada. Aquele tipo de enjoo que sinto quando tô em um elevador cheio de pessoas. Medo, enjoo, chame do que quiser. Mas isso deve ser porque eu não conheço ele e espero ansiosamente pra conhecer. Aquele tipo de amor que todo mundo tenta descrever de uma forma tão bonita, quase angelical.
Mas enfim. Essa tal de vida é engraçada, né? A gente primeiro perde pra depois descobrir que tinha. A gente faz as coisas instantaneamente esperando algo em troca. A gente coloca muro nos nossos corações sem saber ao certo o motivo. A gente esquece alguém até que um dia, a gente lembra. Ou então a gente simplesmente começa a ocupar a cabeça com outras coisas e então, como se fosse mágica, parece que você está se curando. A gente foi machucado por um certo alguém e ainda conseguimos desejar que essa pessoa seja feliz. Colocamos os outros como prioridade. Gastamos mais do que podemos. E no final, tudo isso acaba moldando nosso ser. Nos faz crescer, amadurecer.
E é ai que eu acho mágica na vida: é uma relação entre tapas e beijos. Ela te quebra, te soca, pisa em cima de você.. Mas depois ela te mostra o por quê e deve gozar da nossa cara de surpresa quando ela faz isso. Existe aquele balanço entre os dias bons e ruins, a gente meio que não vê porque tá no sangue humano se infiltrar nos dias ruins e não conseguir ver os bons. E é exatamente esse o caminho pra contornar qualquer situação. Tá. Como assim? Tá. A saudade, por exemplo. Quando você sente falta de um momento ou de alguém, você começa a pensar em tudo e começa a se sentir mal por isso. Não tem que ser assim. E os momentos bons que fizeram tudo valer a pena, mesmo que tenha tido um final? As vezes é um meio do destino de mostrar que tem mais coisa lá pra frente pra vir, entende?
Sim, sou alguém que acredita cegamente em destino. Se tô num lugar que não era pra mim estar e de repente acontece alguma coisa boa, eu sei que é obra do destino. Se eu disse adeus a algo, é porque tem alguma coisa pra eu dizer "seja bem vindo". Ultimamente tem sido bem dificil acreditar em qualquer coisa do tipo. Destino, dias bons, amor, esperança, fé. Mas a gente tem que conseguir pensar nessas coisas. E eu tenho certeza que depois que terminar isso aqui, vou dormir mais leve. A gente se sente mais leve depois de colocar umas palavras pra fora. Tô num momento da minha vida que exige muito de mim, da minha paciência e força de vontade. Se eu me sinto pressionada? Como dentro de um banheiro de avião com 10 pessoas dentro e levando em consideração o simples fato da minha claustrofobia. E junto com isso vem a sensação de não quero que acabe, que é o fato de estar no último ano do colegial.
Fechar uma parte da sua vida e partir em rumo ao desconhecido pode ser excitante mas extremamente estranho com uma enorme pitada de meio. Você muda a sua rotina de praticamente toda sua vida escolar. E é estranho pensar em como a reta final tá chegando. Chegando a um fim. Fim de uma Era, começo de outra. Sei disso. Mesmo assim, vai deixar um vazio. E tô tentando não pensar nisso. Mas na verdade tudo que mais tô fazendo ultimamente é pensar, o que me estressa. Demais. Se eu ainda pensasse em coisas construtivas... Mas não, nem pra isso! Preciso me focar em mim. É nisso que preciso pensar. Agosto pra frente minha vida vai ficar ainda mais louca, ainda mais estranha. Sei disso. Preciso respirar fundo e encarar a situação toda. Tudo bem, eu consigo. Eu sou forte. E já saquei o que a vida tá tentando fazer. Me mostrar o quão forte eu posso ser. Obrigada vida, pela relação saúdavel de amor e ódio. Acho que isso ainda vai ser útil pra mim. E como já vem sendo.
sexta-feira, 21 de junho de 2013
love?
Eu acho que no fundo, eu só quero ser amada. Tá, minhas amigas e minha família me amam. Mas eu tô falando daquele tipo de amor que eu nunca senti. Daquele tipo que te dá nó no estômago só de saber que a pessoa tá ali no mesmo lugar que você, aquele olhar que fala mais do que qualquer palavra, aquele sorriso que te deixe perdida por uma semana inteira, aquela vontade louca de sair cantando, aquela vontade de quero mais, quero de novo. Porque eu nunca senti isso. Ninguém nunca despertou isso em mim. Nunca amei do jeito que vejo em livros, do jeito de filme, do jeito que vejo os outros, que os outros me falam. Não imagino esse tipo de amor, porque não parece ser possível. Não nos dias de hoje. Só que eu nunca deixei de acreditar no amor. Pelo contrário, cada dia acredito mais. É só que... ele não aparece. E quando acho que ele pode aparecer, eu me engano. Idealizo demais. Espero demais. E é tudo de menos.
Tá, já senti o frio na barriga, o aconchego em um abraço, a perda dos sentidos em um beijo, a sensação boa de receber uma mensagem de bom dia, boa noite ou de uma conversa fiada e até mesmo boba, sem sentido. Mas não passou disso. Nunca passa.
Amor provavelmente não é algo que dê pra ser definido. Eu posso até ter uma ideia. Mas só vou realmente saber quando estiver realmente amando. E não acho que realmente amei alguém. Aquele meu passado não foi amor, eu pensava que era, mas não sei se aquilo eu posso enquadrar como amor. Eu não desisti, esperei pra ser notada, perdi anos, me prendi a algo que nunca ia dar certo, tentei, fiquei com medo, me afastei esperando que lutassem por mim e ficou por aí, só no esperando mesmo. E meu presente? Meu presente tô tentando ter amor próprio, porque do resto também não daria certo. Sim, eu quero aproveitar, quero me divertir mais que tudo com as minhas amigas, quero festas, quero oportunidades pra mim. Mas as vezes surge aquela pontinha de vontade de ter alguém te esperando depois da festa pra dizer que tava preocupado. Uma pessoa pra perguntar como foi seu dia e dizer que tá com saudade. Uma pessoa que te lembre o quanto você é especial. Uma pessoa que faça você sentir alegria por estar vivo. Uma pessoa que possa te mostrar se esse tal de amor existe mesmo. Uma pessoa que você teria o privilégio de ter o coração quebrado por ela.
Pra mim, aquela pessoa ainda não apareceu. Mas isso não quer dizer que ela nunca vá. Só que pelo jeito não vai nem hoje, nem amanhã e nem por um tempo...
Tá, já senti o frio na barriga, o aconchego em um abraço, a perda dos sentidos em um beijo, a sensação boa de receber uma mensagem de bom dia, boa noite ou de uma conversa fiada e até mesmo boba, sem sentido. Mas não passou disso. Nunca passa.
Amor provavelmente não é algo que dê pra ser definido. Eu posso até ter uma ideia. Mas só vou realmente saber quando estiver realmente amando. E não acho que realmente amei alguém. Aquele meu passado não foi amor, eu pensava que era, mas não sei se aquilo eu posso enquadrar como amor. Eu não desisti, esperei pra ser notada, perdi anos, me prendi a algo que nunca ia dar certo, tentei, fiquei com medo, me afastei esperando que lutassem por mim e ficou por aí, só no esperando mesmo. E meu presente? Meu presente tô tentando ter amor próprio, porque do resto também não daria certo. Sim, eu quero aproveitar, quero me divertir mais que tudo com as minhas amigas, quero festas, quero oportunidades pra mim. Mas as vezes surge aquela pontinha de vontade de ter alguém te esperando depois da festa pra dizer que tava preocupado. Uma pessoa pra perguntar como foi seu dia e dizer que tá com saudade. Uma pessoa que te lembre o quanto você é especial. Uma pessoa que faça você sentir alegria por estar vivo. Uma pessoa que possa te mostrar se esse tal de amor existe mesmo. Uma pessoa que você teria o privilégio de ter o coração quebrado por ela.
Pra mim, aquela pessoa ainda não apareceu. Mas isso não quer dizer que ela nunca vá. Só que pelo jeito não vai nem hoje, nem amanhã e nem por um tempo...
terça-feira, 4 de junho de 2013
Desabafo.
Preciso lavar minha alma de vez. Colocar tudo que eu tô sentindo pra fora. Tá, eu nem sei ao certo tudo que eu tô sentindo. Mas de uma coisa eu sei: toda vez que tento escrever sobre isso eu acabo salvando alguma coisa como rascunho, fugindo do assunto, deixo a aba aberta por tempos até a hora de eu ir dormir e acabo deixando pra outra hora, tenho mil notas no meu celular e milhares de papéis espalhados por ai. Mas nunca juntei tudo de uma vez, talvez por medo, talvez por preguiça. Ou talvez eu sempre me perca no meio do caminho. Ou talvez tudo ao mesmo tempo. De qualquer forma, vou tentar vai, uma vez eu preciso conseguir.
Começaremos pelas minhas expectativas. Sempre fudendo com o meu ser. Tive toda uma ideia baseada nesse ano, como ele seria ótimo. Ele não tá sendo ruim, mas também não tá saindo como o esperado. Em seis meses eu tive dias muito bons e dias muito ruins. E infelizmente os ruins se sobresaem. Espero que daqui pra frente isso mude, porque eu preciso que mude. Tudo tá de cabeça pra baixo. Eu não me via do jeito que eu tô agora no começo do ano quando fiz a promessa de que esse ano ia ser O ano. Aham, boa. Só que eu tenho essa coisa dentro de mim que nunca deixa eu perder as esperanças em relação a nada. Nadinha mesmo, mesmo que eu queira e ache melhor, eu preciso lutar muito pra não perder as esperanças. E acho que até agora tenho lutado bem, porque não perdi. Apesar de tudo, eu sei que um dia tudo isso vai passar. E eu sei que é fase, sei mesmo. Todo mundo já passou por isso uma vez na vida.
Outra coisa que vem me desgastando: rotina, que pra mim é quase a mesma coisa que um inferno. Acordar todos os dias, levantar de uma noite quente debaixo das cobertas e ir pra um lugar onde eu me sinto cada vez mais sufocada e menos eu mesma. Penso: cada dia que eu vou é um dia a menos pra mim ir. E é isso mesmo. Só que não é tão simples, sabe? Porque eu recebo pressão de todos os lugares, principalmente daí. Me sinto como parte de um projeto. Mas não um projeto meu. Uma coisa aleatória. Preciso passar nas melhores e mais conhecidas faculdades não porque eu tenho um sonho de estudar em uma delas, mas porque todos tem. E eu odeio isso. Odeio que estabeleçam limites para meus sonhos. Porque meus sonhos são a única coisa na minha vida que não tem limites. Eu sonho o mais alto e com toda a intensidade que eu puder e até que eu não puder. E meus sonhos tem me deixado triste, eventualmente. Porque eu sei que nesse ano, nem no outro, eles se tornarão realidade. E odeio sentir como se meus sonhos fossem apenas um projeto que há alguns anos vou olhar pra tras e me arrependido de não ter corrido mais atras e ter feito acontecer da maneira que, naquele tempo, eu podia. Ao mesmo tempo é algo tão distante de mim, da minha realidade... E eu juro que eu consegui não pensar mais nisso. Só que sempre acaba voltando. E não tentar alcançá-lo é a mesma coisa que ir contra tudo que eu acredito, tudo que eu sou. Porque eu sou meus sonhos. Eu sou feita disso, toda minha alma é feita disso. Eu sou meus sonhos e é isso. É o que de mais verdadeiro eu tenho na minha vida, e é algo que eu consigo fazer por e pra mim, e é o meu caminho pra minha felicidade. Eu só tenho medo de não conseguir e isso me marcar pro resto da minha vida. E eu sei que há pessoas que vão me ajudar, eu só tenho medo de pedir. Medo, medo, medo.
Fora tudo isso existe uma coisa que chama pressão. Tá. Eu sabia que esse ano ia ser puxado, ia me pressionar, mas eu não imaginei que chegaria a esse ponto. E olha que se passaram apenas 6 meses, tem mais alguns pela frente que é onde a coisa vai ficando cada vez pior, a medida que o vestibular vem se aproximando. É como se todo dia eu fosse lembrada que eu preciso passar num vestibular. Só que na real? Eu queria era sair pelo mundo. Conhecer todos os lugares que eu conseguir. Ir para os EUA e fazer uma viagem de onibus cruzando as costas, de NY até LA. Ir pra Londres, explorar a Irlanda, a Holanda, a França e sua arquitetura maravilhosa, ir até Roma, Verona, Veneza, Amsterdam, ver o muro de Berlim e visitar um antigo campo de concentração, Portugal, Espanha... mas isso fica, por enquanto, só na vontade. Só que eu não me vejo aqui. Na minha cidade, em alguma faculdade que vou tentar entrar. Não tenho motivação nenhuma. E eu juro que eu tinha, só que ela foi embora e deixou a minha vontade de liberdade ficar. Eu não me sinto apoiada.
Eu me sinto sozinha. Apavorada. Precisando de um abraço, de uma palavra amiga, de um sorriso sincero. Não, eu não tô carente. Eu só sinto falta de me sentir... amada. De me sentir bem comigo mesma, coisa que há algum tempo não acontece. Eu me sinto mudada, também. Tento me divertir a maior parte do meu tempo. Estou indo mais em festas, saindo pra qualquer lugar que me tire de casa. Porque eu não aguento ficar presa num lugar com meus pensamentos. Eles estão me deixando louca, me fazendo ficar perdida. E as vezes as pessoas acham ruim a minha mudança, só que eu sei que é para o meu melhor, de alguma forma.
Brigo com a minha mãe constantemente por causa disso. Mesma coisa para o meu irmão. Sinto pessoas indo embora e eu quero fazer algo para pará-las, mas não sei como, não sei pra que. As vezes elas querem ir embora, e eu ficar adiando só vai tornar a coisa toda pior. Não sei. Não sei mais de nada.
Eu só sei que não posso pensar que as coisas não vão melhorar. Porque elas vão. Vão mesmo. Isso é uma fase. Vai passar. Só que eu não tenho paciência de ficar esperando sentada tudo isso passar enquanto a minha vida acontece e meu ultimo ano de colegial vai escorregando pelas minhas mãos. Eu quero fazer tudo isso valer a pena. Eu quero as pessoas a minha volta felizes. Eu quero meus amigos e minha família bem. E faço qualquer coisa pra ter tudo isso de volta.
A verdade é que eu queria o ano passado de volta. O meu maior sonho se realizando de novo. Eu sendo feliz e eu mesma por um longo período de tempo. Eu sendo a melhor versão que já tive de mim mesma. Eu queria julho do ano passado, porque o desse ano vai ser o verdadeiro caos, a verdadeira prova de como em um ano, as coisas mudam drasticamente.
Ps: achei que ia sentir um peso saindo das minhas costas. Na verdade, nesse momento, só está saindo lágrimas.
Começaremos pelas minhas expectativas. Sempre fudendo com o meu ser. Tive toda uma ideia baseada nesse ano, como ele seria ótimo. Ele não tá sendo ruim, mas também não tá saindo como o esperado. Em seis meses eu tive dias muito bons e dias muito ruins. E infelizmente os ruins se sobresaem. Espero que daqui pra frente isso mude, porque eu preciso que mude. Tudo tá de cabeça pra baixo. Eu não me via do jeito que eu tô agora no começo do ano quando fiz a promessa de que esse ano ia ser O ano. Aham, boa. Só que eu tenho essa coisa dentro de mim que nunca deixa eu perder as esperanças em relação a nada. Nadinha mesmo, mesmo que eu queira e ache melhor, eu preciso lutar muito pra não perder as esperanças. E acho que até agora tenho lutado bem, porque não perdi. Apesar de tudo, eu sei que um dia tudo isso vai passar. E eu sei que é fase, sei mesmo. Todo mundo já passou por isso uma vez na vida.
Outra coisa que vem me desgastando: rotina, que pra mim é quase a mesma coisa que um inferno. Acordar todos os dias, levantar de uma noite quente debaixo das cobertas e ir pra um lugar onde eu me sinto cada vez mais sufocada e menos eu mesma. Penso: cada dia que eu vou é um dia a menos pra mim ir. E é isso mesmo. Só que não é tão simples, sabe? Porque eu recebo pressão de todos os lugares, principalmente daí. Me sinto como parte de um projeto. Mas não um projeto meu. Uma coisa aleatória. Preciso passar nas melhores e mais conhecidas faculdades não porque eu tenho um sonho de estudar em uma delas, mas porque todos tem. E eu odeio isso. Odeio que estabeleçam limites para meus sonhos. Porque meus sonhos são a única coisa na minha vida que não tem limites. Eu sonho o mais alto e com toda a intensidade que eu puder e até que eu não puder. E meus sonhos tem me deixado triste, eventualmente. Porque eu sei que nesse ano, nem no outro, eles se tornarão realidade. E odeio sentir como se meus sonhos fossem apenas um projeto que há alguns anos vou olhar pra tras e me arrependido de não ter corrido mais atras e ter feito acontecer da maneira que, naquele tempo, eu podia. Ao mesmo tempo é algo tão distante de mim, da minha realidade... E eu juro que eu consegui não pensar mais nisso. Só que sempre acaba voltando. E não tentar alcançá-lo é a mesma coisa que ir contra tudo que eu acredito, tudo que eu sou. Porque eu sou meus sonhos. Eu sou feita disso, toda minha alma é feita disso. Eu sou meus sonhos e é isso. É o que de mais verdadeiro eu tenho na minha vida, e é algo que eu consigo fazer por e pra mim, e é o meu caminho pra minha felicidade. Eu só tenho medo de não conseguir e isso me marcar pro resto da minha vida. E eu sei que há pessoas que vão me ajudar, eu só tenho medo de pedir. Medo, medo, medo.
Fora tudo isso existe uma coisa que chama pressão. Tá. Eu sabia que esse ano ia ser puxado, ia me pressionar, mas eu não imaginei que chegaria a esse ponto. E olha que se passaram apenas 6 meses, tem mais alguns pela frente que é onde a coisa vai ficando cada vez pior, a medida que o vestibular vem se aproximando. É como se todo dia eu fosse lembrada que eu preciso passar num vestibular. Só que na real? Eu queria era sair pelo mundo. Conhecer todos os lugares que eu conseguir. Ir para os EUA e fazer uma viagem de onibus cruzando as costas, de NY até LA. Ir pra Londres, explorar a Irlanda, a Holanda, a França e sua arquitetura maravilhosa, ir até Roma, Verona, Veneza, Amsterdam, ver o muro de Berlim e visitar um antigo campo de concentração, Portugal, Espanha... mas isso fica, por enquanto, só na vontade. Só que eu não me vejo aqui. Na minha cidade, em alguma faculdade que vou tentar entrar. Não tenho motivação nenhuma. E eu juro que eu tinha, só que ela foi embora e deixou a minha vontade de liberdade ficar. Eu não me sinto apoiada.
Eu me sinto sozinha. Apavorada. Precisando de um abraço, de uma palavra amiga, de um sorriso sincero. Não, eu não tô carente. Eu só sinto falta de me sentir... amada. De me sentir bem comigo mesma, coisa que há algum tempo não acontece. Eu me sinto mudada, também. Tento me divertir a maior parte do meu tempo. Estou indo mais em festas, saindo pra qualquer lugar que me tire de casa. Porque eu não aguento ficar presa num lugar com meus pensamentos. Eles estão me deixando louca, me fazendo ficar perdida. E as vezes as pessoas acham ruim a minha mudança, só que eu sei que é para o meu melhor, de alguma forma.
Brigo com a minha mãe constantemente por causa disso. Mesma coisa para o meu irmão. Sinto pessoas indo embora e eu quero fazer algo para pará-las, mas não sei como, não sei pra que. As vezes elas querem ir embora, e eu ficar adiando só vai tornar a coisa toda pior. Não sei. Não sei mais de nada.
Eu só sei que não posso pensar que as coisas não vão melhorar. Porque elas vão. Vão mesmo. Isso é uma fase. Vai passar. Só que eu não tenho paciência de ficar esperando sentada tudo isso passar enquanto a minha vida acontece e meu ultimo ano de colegial vai escorregando pelas minhas mãos. Eu quero fazer tudo isso valer a pena. Eu quero as pessoas a minha volta felizes. Eu quero meus amigos e minha família bem. E faço qualquer coisa pra ter tudo isso de volta.
A verdade é que eu queria o ano passado de volta. O meu maior sonho se realizando de novo. Eu sendo feliz e eu mesma por um longo período de tempo. Eu sendo a melhor versão que já tive de mim mesma. Eu queria julho do ano passado, porque o desse ano vai ser o verdadeiro caos, a verdadeira prova de como em um ano, as coisas mudam drasticamente.
Ps: achei que ia sentir um peso saindo das minhas costas. Na verdade, nesse momento, só está saindo lágrimas.
domingo, 5 de maio de 2013
Some feet from the ground 9 months ago.
As lágrimas queriam descer do seu rosto, ela não deixou. Aguentou por mais um tempo, pra deixá-las cair quando ninguém mais estivesse olhando. Ela conseguiu levantar. Foi até o banheiro, lavou o rosto, tomou um banho. Sentiu a água percorrer seu corpo lentamente e em uma temperatura amena, do jeito dos últimos dias. Desligou o chuveiro. Olhou pela última vez naquele espelho, viu pela última vez a pessoa que estava naquele espelho. E ela não sabia quando ia a ver de novo. Colocou a roupa que havia separado, guardou o pijama dentro da mala. Não tinha mais volta, a mala foi fechada. Ou seja, tinha acabado. Ela carregou as malas para o andar de baixo e tentou não fazer nenhum barulho. Foi na cozinha, o café já estava pronto. Pegou uma xícara cheia dele. Era 5h30 da manhã. Ela foi até a varanda e se permitiu olhar o sol nascendo naquele lugar pela última vez. E doeu e aliviou na mesma hora. Era como se ela só estivesse saindo pra mais um dia de explorar o lugar, e não de voltar pra realidade. Ela se sentia como Cinderela. E meia noite tinha acabado de chegar. Parecia que um mês tinha passado em um dia. Estranho como aquela coisa de quando você está fazendo algo que gosta o tempo passa rápido. Caso contrário, ele demora mais do que deveria. Droga, quase esqueceu do Dramin. Ficou na varanda só ouvindo os aviões, o barulho da rua, dos pássaros e viu um esquilo pela última vez. Criaturas adoráveis que ela gostava de ter sempre por perto dela. Acho que todos estão prontos. Uma última olhada na vista da casa, uma última olhada na rua e naquela casa engraçada do carro bonito, uma última olhada na linha do trem. Inspira, expira. Repita o processo. Tá, para de falar, o cérebro já consegue fazer isso sozinho. Conversas alheias surguem no carro, ela está distraída demais para ouvir qualquer coisa. Ela só conseguia olhar tudo ficando pra trás dela, cada paisagem, casa, rua, rosto apressado. Táxis, muitos deles. Tinha chegado no aeroporto. Já despachou as malas? Olhou o táxi amarelo mais uma vez e guardou na caixa de lembranças em um lugar na sua cabeça. Um abraço de despedida, lágrimas desesperadas. Não, ela ia conseguir aguentar mais um pouco. Detector de metal. Tira a bota, tira o anél, tira o notebook da bolsa, não tira o olho do celular. Pegou tudo, foi para o portão. Mesma língua que ela? Tá, ela estava no lugar certo. Sentou. Colocou o fone de ouvido. Deu uma brecha e deixou as lágrimas cairem. Tudo estava indo tão depressa. Ela não queria ir. Ela não queria voltar. Era pedir muito? A realidade era chata. Entediante. Fora do que ela desejava pra si mesma. Ela deveria ficar ali. Esse era seu destino, ela sabia, agora, ela tinha certeza.
Algo chamou a sua atenção. Não era a única chorando. Tinha um cara, na casa dos 20 anos, que apresentava os mesmos olhos inchados, lágrimas e afeição tristonha. Levantou, foi no banheiro, comprou algo pra comer. Não melhorava. E ela não deixava de perceber e pensar: estaria deixando um amor pra trás? Também não queria sair da cidade dos sonhos? Aconteceu algo inesperado e ele estaria voltando por isso? De qualquer forma, aquilo a confortou. Não gostava de ver pessoas chorando, nem mesmo desconhecidos. Só que ali, ela não se sentiu sozinha. Ela se sentiu bem por estar se sentindo mal. Ela voltaria para sua família, seus amigos, sua vida, sua cama, seu quarto. Só que de alguma forma, aquilo não parecia ser suficiente depois de tudo que ela havia presenciado ali. Ela tinha algo a mais que lá ela não conseguia ter. Ela mesma. Todo o seu ser. Ela era seus sonhos, esperanças, sorrisos e felicidade.
Chamou o número do vôo. Hora de entrar e ficar num avião 9 longas horas. E ela amava a ideia. 9 horas sem nenhum tipo de comunicação com o mundo, acima das nuvens, acima do oceano, vendo um pouco da imensidão de um ponto de vista que nunca havia tido. Ela veria o crepúsculo. Enxergaria as cidades e suas milhares de luzes. Tinha filmes legais passando. O celular tinha bateria. Tinha tomado o Dramin, logo estaria dormindo como pedra.
Hora de levantar vôo. Respirou fundo e sussurrou pra si mesma "eu vou voltar. Vou voltar e pra ficar".
Algo chamou a sua atenção. Não era a única chorando. Tinha um cara, na casa dos 20 anos, que apresentava os mesmos olhos inchados, lágrimas e afeição tristonha. Levantou, foi no banheiro, comprou algo pra comer. Não melhorava. E ela não deixava de perceber e pensar: estaria deixando um amor pra trás? Também não queria sair da cidade dos sonhos? Aconteceu algo inesperado e ele estaria voltando por isso? De qualquer forma, aquilo a confortou. Não gostava de ver pessoas chorando, nem mesmo desconhecidos. Só que ali, ela não se sentiu sozinha. Ela se sentiu bem por estar se sentindo mal. Ela voltaria para sua família, seus amigos, sua vida, sua cama, seu quarto. Só que de alguma forma, aquilo não parecia ser suficiente depois de tudo que ela havia presenciado ali. Ela tinha algo a mais que lá ela não conseguia ter. Ela mesma. Todo o seu ser. Ela era seus sonhos, esperanças, sorrisos e felicidade.
Chamou o número do vôo. Hora de entrar e ficar num avião 9 longas horas. E ela amava a ideia. 9 horas sem nenhum tipo de comunicação com o mundo, acima das nuvens, acima do oceano, vendo um pouco da imensidão de um ponto de vista que nunca havia tido. Ela veria o crepúsculo. Enxergaria as cidades e suas milhares de luzes. Tinha filmes legais passando. O celular tinha bateria. Tinha tomado o Dramin, logo estaria dormindo como pedra.
Hora de levantar vôo. Respirou fundo e sussurrou pra si mesma "eu vou voltar. Vou voltar e pra ficar".
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