sexta-feira, 21 de junho de 2013

love?

Eu acho que no fundo, eu só quero ser amada. Tá, minhas amigas e minha família me amam. Mas eu tô falando daquele tipo de amor que eu nunca senti. Daquele tipo que te dá nó no estômago só de saber que a pessoa tá ali no mesmo lugar que você, aquele olhar que fala mais do que qualquer palavra, aquele sorriso que te deixe perdida por uma semana inteira, aquela vontade louca de sair cantando, aquela vontade de quero mais, quero de novo. Porque eu nunca senti isso. Ninguém nunca despertou isso em mim. Nunca amei do jeito que vejo em livros, do jeito de filme, do jeito que vejo os outros, que os outros me falam. Não imagino esse tipo de amor, porque não parece ser possível. Não nos dias de hoje. Só que eu nunca deixei de acreditar no amor. Pelo contrário, cada dia acredito mais. É só que... ele não aparece. E quando acho que ele pode aparecer, eu me engano. Idealizo demais. Espero demais. E é tudo de menos.
Tá, já senti o frio na barriga, o aconchego em um abraço, a perda dos sentidos em um beijo, a sensação boa de receber uma mensagem de bom dia, boa noite ou de uma conversa fiada e até mesmo boba, sem sentido. Mas não passou disso. Nunca passa.
Amor provavelmente não é algo que dê pra ser definido. Eu posso até ter uma ideia. Mas só vou realmente saber quando estiver realmente amando. E não acho que realmente amei alguém. Aquele meu passado não foi amor, eu pensava que era, mas não sei se aquilo eu posso enquadrar como amor. Eu não desisti, esperei pra ser notada, perdi anos, me prendi a algo que nunca ia dar certo, tentei, fiquei com medo, me afastei esperando que lutassem por mim e ficou por aí, só no esperando mesmo. E meu presente? Meu presente tô tentando ter amor próprio, porque do resto também não daria certo. Sim, eu quero aproveitar, quero me divertir mais que tudo com as minhas amigas, quero festas, quero oportunidades pra mim. Mas as vezes surge aquela pontinha de vontade de ter alguém te esperando depois da festa pra dizer que tava preocupado. Uma pessoa pra perguntar como foi seu dia e dizer que tá com saudade. Uma pessoa que te lembre o quanto você é especial. Uma pessoa que faça você sentir alegria por estar vivo. Uma pessoa que possa te mostrar se esse tal de amor existe mesmo. Uma pessoa que você teria o privilégio de ter o coração quebrado por ela.
Pra mim, aquela pessoa ainda não apareceu. Mas isso não quer dizer que ela nunca vá. Só que pelo jeito não vai nem hoje, nem amanhã e nem por um tempo...

terça-feira, 4 de junho de 2013

Desabafo.

Preciso lavar minha alma de vez. Colocar tudo que eu tô sentindo pra fora. Tá, eu nem sei ao certo tudo que eu tô sentindo. Mas de uma coisa eu sei: toda vez que tento escrever sobre isso eu acabo salvando alguma coisa como rascunho, fugindo do assunto, deixo a aba aberta por tempos até a hora de eu ir dormir e acabo deixando pra outra hora, tenho mil notas no meu celular e milhares de papéis espalhados por ai. Mas nunca juntei tudo de uma vez, talvez por medo, talvez por preguiça. Ou talvez eu sempre me perca no meio do caminho. Ou talvez tudo ao mesmo tempo. De qualquer forma, vou tentar vai, uma vez eu preciso conseguir.
Começaremos pelas minhas expectativas. Sempre fudendo com o meu ser. Tive toda uma ideia baseada nesse ano, como ele seria ótimo. Ele não tá sendo ruim, mas também não tá saindo como o esperado. Em seis meses eu tive dias muito bons e dias muito ruins. E infelizmente os ruins se sobresaem. Espero que daqui pra frente isso mude, porque eu preciso que mude. Tudo tá de cabeça pra baixo. Eu não me via do jeito que eu tô agora no começo do ano quando fiz a promessa de que esse ano ia ser O ano. Aham, boa. Só que eu tenho essa coisa dentro de mim que nunca deixa eu perder as esperanças em relação a nada. Nadinha mesmo, mesmo que eu queira e ache melhor, eu preciso lutar muito pra não perder as esperanças. E acho que até agora tenho lutado bem, porque não perdi. Apesar de tudo, eu sei que um dia tudo isso vai passar. E eu sei que é fase, sei mesmo. Todo mundo já passou por isso uma vez na vida.
Outra coisa que vem me desgastando: rotina, que pra mim é quase a mesma coisa que um inferno. Acordar todos os dias, levantar de uma noite quente debaixo das cobertas e ir pra um lugar onde eu me sinto cada vez mais sufocada e menos eu mesma. Penso: cada dia que eu vou é um dia a menos pra mim ir. E é isso mesmo. Só que não é tão simples, sabe? Porque eu recebo pressão de todos os lugares, principalmente daí. Me sinto como parte de um projeto. Mas não um projeto meu. Uma coisa aleatória. Preciso passar nas melhores e mais conhecidas faculdades não porque eu tenho um sonho de estudar em uma delas, mas porque todos tem. E eu odeio isso. Odeio que estabeleçam limites para meus sonhos. Porque meus sonhos são a única coisa na minha vida que não tem limites. Eu sonho o mais alto e com toda a intensidade que eu puder e até que eu não puder. E meus sonhos tem me deixado triste, eventualmente. Porque eu sei que nesse ano, nem no outro, eles se tornarão realidade. E odeio sentir como se meus sonhos fossem apenas um projeto que há alguns anos vou olhar pra tras e me arrependido de não ter corrido mais atras e ter feito acontecer da maneira que, naquele tempo, eu podia. Ao mesmo tempo é algo tão distante de mim, da minha realidade... E eu juro que eu consegui não pensar mais nisso. Só que sempre acaba voltando. E não tentar alcançá-lo é a mesma coisa que ir contra tudo que eu acredito, tudo que eu sou. Porque eu sou meus sonhos. Eu sou feita disso, toda minha alma é feita disso. Eu sou meus sonhos e é isso. É o que de mais verdadeiro eu tenho na minha vida, e é algo que eu consigo fazer por e pra mim, e é o meu caminho pra minha felicidade. Eu só tenho medo de não conseguir e isso me marcar pro resto da minha vida. E eu sei que há pessoas que vão me ajudar, eu só tenho medo de pedir. Medo, medo, medo.
Fora tudo isso existe uma coisa que chama pressão. Tá. Eu sabia que esse ano ia ser puxado, ia me pressionar, mas eu não imaginei que chegaria a esse ponto. E olha que se passaram apenas 6 meses, tem mais alguns pela frente que é onde a coisa vai ficando cada vez pior, a medida que o vestibular vem se aproximando. É como se todo dia eu fosse lembrada que eu preciso passar num vestibular. Só  que na real? Eu queria era sair pelo mundo. Conhecer todos os lugares que eu conseguir. Ir para os EUA e fazer uma viagem de onibus cruzando as costas, de NY até LA. Ir pra Londres, explorar a Irlanda, a Holanda, a França e sua arquitetura maravilhosa, ir até Roma, Verona, Veneza, Amsterdam, ver o muro de Berlim e visitar um antigo campo de concentração, Portugal, Espanha... mas isso fica, por enquanto, só na vontade. Só que eu não me vejo aqui. Na minha cidade, em alguma faculdade que vou tentar entrar. Não tenho motivação nenhuma. E eu juro que eu tinha, só que ela foi embora e deixou a minha vontade de liberdade ficar. Eu não me sinto apoiada.
Eu me sinto sozinha. Apavorada. Precisando de um abraço, de uma palavra amiga, de um sorriso sincero. Não, eu não tô carente. Eu só sinto falta de me sentir... amada. De me sentir bem comigo mesma, coisa que há algum tempo não acontece. Eu me sinto mudada, também. Tento me divertir a maior parte do meu tempo. Estou indo mais em festas, saindo pra qualquer lugar que me tire de casa. Porque eu não aguento ficar presa num lugar com meus pensamentos. Eles estão me deixando louca, me fazendo ficar perdida. E as vezes as pessoas acham ruim a minha mudança, só que eu sei que é para o meu melhor, de alguma forma.
Brigo com a minha mãe constantemente por causa disso. Mesma coisa para o meu irmão. Sinto pessoas indo embora e eu quero fazer algo para pará-las, mas não sei como, não sei pra que. As vezes elas querem ir embora, e eu ficar adiando só vai tornar a coisa toda pior. Não sei. Não sei mais de nada.
Eu só sei que não posso pensar que as coisas não vão melhorar. Porque elas vão. Vão mesmo. Isso é uma fase. Vai passar. Só que eu não tenho paciência de ficar esperando sentada tudo isso passar enquanto a minha vida acontece e meu ultimo ano de colegial vai escorregando pelas minhas mãos. Eu quero fazer tudo isso valer a pena. Eu quero as pessoas a minha volta felizes. Eu quero meus amigos e minha família bem. E faço qualquer coisa pra ter tudo isso de volta.
A verdade é que eu queria o ano passado de volta. O meu maior sonho se realizando de novo. Eu sendo feliz e eu mesma por um longo período de tempo. Eu sendo a melhor versão que já tive de mim mesma. Eu queria julho do ano passado, porque o desse ano vai ser o verdadeiro caos, a verdadeira prova de como em um ano, as coisas mudam drasticamente.

Ps: achei que ia sentir um peso saindo das minhas costas. Na verdade, nesse momento, só está saindo lágrimas.













domingo, 5 de maio de 2013

Some feet from the ground 9 months ago.

As lágrimas queriam descer do seu rosto, ela não deixou. Aguentou por mais um tempo, pra deixá-las cair quando ninguém mais estivesse olhando. Ela conseguiu levantar. Foi até o banheiro, lavou o rosto, tomou um banho. Sentiu a água percorrer seu corpo lentamente e em uma temperatura amena, do jeito dos últimos dias. Desligou o chuveiro. Olhou pela última vez naquele espelho, viu pela última vez a pessoa que estava naquele espelho. E ela não sabia quando ia a ver de novo. Colocou a roupa que havia separado, guardou o pijama dentro da mala. Não tinha mais volta, a mala foi fechada. Ou seja, tinha acabado. Ela carregou as malas para o andar de baixo e tentou não fazer nenhum barulho. Foi na cozinha, o café já estava pronto. Pegou uma xícara cheia dele. Era 5h30 da manhã. Ela foi até a varanda e se permitiu olhar o sol nascendo naquele lugar pela última vez. E doeu e aliviou na mesma hora. Era como se ela só estivesse saindo pra mais um dia de explorar o lugar, e não de voltar pra realidade. Ela se sentia como Cinderela. E meia noite tinha acabado de chegar. Parecia que um mês tinha passado em um dia. Estranho como aquela coisa de quando você está fazendo algo que gosta o tempo passa rápido. Caso contrário, ele demora mais do que deveria. Droga, quase esqueceu do Dramin. Ficou na varanda só ouvindo os aviões, o barulho da rua, dos pássaros e viu um esquilo pela última vez. Criaturas adoráveis que ela gostava de ter sempre por perto dela. Acho que todos estão prontos. Uma última olhada na vista da casa, uma última olhada na rua e naquela casa engraçada do carro bonito, uma última olhada na linha do trem. Inspira, expira. Repita o processo. Tá, para de falar, o cérebro já consegue fazer isso sozinho. Conversas alheias surguem no carro, ela está distraída demais para ouvir qualquer coisa. Ela só conseguia olhar tudo ficando pra trás dela, cada paisagem, casa, rua, rosto apressado. Táxis, muitos deles. Tinha chegado no aeroporto. Já despachou as malas? Olhou o táxi amarelo mais uma vez e guardou na caixa de lembranças em um lugar na sua cabeça. Um abraço de despedida, lágrimas desesperadas. Não, ela ia conseguir aguentar mais um pouco. Detector de metal. Tira a bota, tira o anél, tira o notebook da bolsa, não tira o olho do celular. Pegou tudo, foi para o portão. Mesma língua que ela? Tá, ela estava no lugar certo. Sentou. Colocou o fone de ouvido. Deu uma brecha e deixou as lágrimas cairem. Tudo estava indo tão depressa. Ela não queria ir. Ela não queria voltar. Era pedir muito? A realidade era chata. Entediante. Fora do que ela desejava pra si mesma. Ela deveria ficar ali. Esse era seu destino, ela sabia, agora, ela tinha certeza.
Algo chamou a sua atenção. Não era a única chorando. Tinha um cara, na casa dos 20 anos, que apresentava os mesmos olhos inchados, lágrimas e afeição tristonha. Levantou, foi no banheiro, comprou algo pra comer. Não melhorava. E ela não deixava de perceber e pensar: estaria deixando um amor pra trás? Também não queria sair da cidade dos sonhos? Aconteceu algo inesperado e ele estaria voltando por isso? De qualquer forma, aquilo a confortou. Não gostava de ver pessoas chorando, nem mesmo desconhecidos. Só que ali, ela não se sentiu sozinha. Ela se sentiu bem por estar se sentindo mal. Ela voltaria para sua família, seus amigos, sua vida, sua cama, seu quarto. Só que de alguma forma, aquilo não parecia ser suficiente depois de tudo que ela havia presenciado ali. Ela tinha algo a mais que lá ela não conseguia ter. Ela mesma. Todo o seu ser. Ela era seus sonhos, esperanças, sorrisos e felicidade. 
Chamou o número do vôo. Hora de entrar e ficar num avião 9 longas horas. E ela amava a ideia. 9 horas sem nenhum tipo de comunicação com o mundo, acima das nuvens, acima do oceano, vendo um pouco da imensidão de um ponto de vista que nunca havia tido. Ela veria o crepúsculo. Enxergaria as cidades e suas milhares de luzes. Tinha filmes legais passando. O celular tinha bateria. Tinha tomado o Dramin, logo estaria dormindo como pedra.
Hora de levantar vôo. Respirou fundo e sussurrou pra si mesma "eu vou voltar. Vou voltar e pra ficar".








domingo, 28 de abril de 2013

Night drive.

Era quase meia noite, todos em casa já estavam dormindo. Menos eu. Não conseguia descansar a cabeça. Tive um dia ruim, uma semana ruim, uma sensação ruim, um sentimento de cansaço incrivelmente grande, como se eu estivesse no peso de uma pena e qualquer outra força fosse mais forte que eu. Quando alguém tocou a campainha. Eu estava de pijama, cabelo bagunçado, cara sonolenta apesar da falta do sono. Fui rápido pra não ter o perigo de acordar ninguém, quase cai. Abri a porta e me deparei com ele, também com cara sonolenta, pijama e chinelo, com celular e chaves do carro na mão. E eu já sabia do que se tratava: uma aventura no meio da noite. E era exatamente o que eu queria e precisava. Assim, do nada, ele já sabia tudo sobre mim. Uma vírgula num lugar diferente na frase, um ponto de exclamação faltando ou a falta de ânimo na minha voz ele sabia de cor e salteado como eram e sabia que aquela era a hora dele agir. Eu apenas sorri, ele sorriu de volta. Fechei a porta com cuidado.
- Preciso voltar antes deles acordarem.
- Temos pelo menos 6 horas até lá.
Corremos para o carro. De repente, ele joga as chaves pra mim.
- Hora de você dirigir.
- Mas eu não sei...
- Eu tô do seu lado, eu te ensino. 
Aceitei o desafio. Talvez eu poderia bater em alguns postes, cruzar algumas esquinas e frear em cima de um sinal vermelho. Mas tudo bem, tem um momento na vida que a gente precisa desafiar nossos medos e inseguranças sem um aviso prévio, vai que assim funciona...
- Certo, vamos começar então. Você tá precisando distrair essa cabeça.
E assim foi. Algumas dicas aqui e ali, algumas brecadas fortes, algumas risadas, alguns olhares. E muitas palavras. Muito espaço para eu conseguir ser eu mesma e conseguir ficar realmente melhor e esquecer da semana ruim.
- Ok, tem um Dunkin Donuts na próxima rua. Precisamos de uma caixa deles e dois cafés. 
E fomos lá, pegamos os donuts e os cafés e ele me deu as direções. E conforme iamos avançando eu sabia onde aquilo ia dar...
- Praia?
- Ahá, então seu senso de direção está melhorando?
Realmente ele havia melhorado. Ainda bem. Nunca vi alguém que esquece caminhos tão rápidos como eu. Mas ali não, ali era diferente. Aquele lugar tinha um significado. 
Chegamos e a visão que tinhamos era algo parecido com uma pintura. A lua estava cheia, iluminava tanto a noite. O som do mar era brando. A brisa era gelada. Ele tirou um cobertor do porta mala, nos sentamos lado a lado em cima do capô do carro e nos cobrimos. Comemos os donuts e tomamos o café. Eu apoei em seu ombro, ele beijou minha testa, meu nariz e depois meus lábios, da maneira mais calma possível. E ficamos abraçados por um tempo olhando a lua em silêncio. E ele não ousou quebrar, porque sabia que era aquilo que eu queria, e que quando eu estivesse pronta iria lhe contar o porque do meu desânimo. O que não demorou muito. Eu conseguia me abrir com ele de um jeito que nunca havia conseguido me abrir antes. Ele escutava, ele não julgava, ele me confortava. Com palavras, com silêncio, com um abraço. Mas ele sempre me confortava. Não importava a gravidade da situação, desde as mais complexas até as mais idiotas. E era tão bom saber que existia alguém disposto a sair no meio da madrugada pra me fazer sentir melhor, pra me tirar de mim mesma um pouco. Era bom sentir aquela sensação de casa quando eu estava com ele, mesmo estando tão longe de casa, eu me sentia em casa, como se eu pertencesse àquele momento. Como se eu pertencesse ao lado dele e ele ao meu. E a lua, o mar e aquela noite fria da brisa do mar eram a prova de aquilo eu podia chamar de amor.  















sexta-feira, 15 de março de 2013

Just drive.

Eu tenho essa fantasia de pegar meu carro, minha camera, meu óculos de sol, minha carteira, vários cds e sair sem rumo em uma semana normal, ou talvez em um final de semana qualquer. E dirigir vendo o mar do meu lado e a natureza verde do outro. Ver as pessoas andarem. Ver o movimento do mar. Mas eu não pararia até eu sentir que deveria. Poderia levar horas, até mesmo um dia todo. Mas eu não iria me importar. Seria, provavelmente, um dos melhores dias da minha vida. Eu amo passar um tempo dentro de um carro. Me chamem de louca, mas eu realmente gosto, acho incrível passar por vários lugares, sentir diversas paisagens e ter aquela vista da estrada sem fim. É como se eu me sentisse mais... eu mesma. Mais calma, mais em paz com a alma. Não sei bem ao certo porque tenho todas essas sensações, mas pra mim, as jornadas longas de carro sempre me fazem bem. Me faz bem ficar olhando os outros carros passarem e ficar imaginando pra onde vão, com quem estão, o que fazem. E eu imagino como deve ser boa a sensação de estar dirigindo, de alguma forma, estar te guiando em uma estranha, pra um lugar estipulado por si mesmo. E mal posso esperar para que eu esteja no volante e no carro do meu lado esteja uma menina tão sonhadora e curiosa pra descobrir o mundo como eu. E eu vou sorrir quando o carro dela passar do meu lado. E vou sentir como se eu pudesse alcançar qualquer coisa. O fim da estrada seria o limite. E eu daria meia volta, e pegaria outra, até o final.

domingo, 10 de março de 2013

Open that door, girl.

A verdade é que eu gostaria de sair correndo. De tudo, de todos, de mim mesma. Um dia pra eu ser ninguém, sabe? Um dia sem ser filha, estudante, amiga, irmã. Um dia pra eu ser eu mesma, apenas. Porque cansa. E eu tô tão cansada ultimamente. Não consigo dormir direito, os meus sonhos são relacionados com perder 4 questões na prova de redação e ir pra escola sem ter estudado pra prova de geometria (o que pode ser verdade, porque não consigo estudar geometria. Um: eu odeio a matéria. Dois: não vai adiantar porque eu sei que vou me ferrar na prova). Nos dias que posso dormir até tarde, eu acordo por volta das sete e meia. Não vou na minha viagem de formatura. Não quero mais ir no meu baile. Não quero mais ser oradora. Não quero mais estudar nem pras provas, nem pro vestibular. Queria uma passagem pra NY, coisa que também não vai acontecer esse ano, e eu realmente estava contando com isso. Queria morar em outro lugar, e não me julgue rebelde por isso, é só que não aguento mais ver minha mãe tentando e fazendo de tudo pro meu irmão, pra ele devolver sendo mal humorado, ignorante, mimado e superficial. E tô cansada de ficar ouvindo somente problemas, e dos financeiros ainda, que são os que mais me irritam. Odeio o fato de minha mãe cobrar com que eu limpe, lave e guarde a louça, estude pra prova ao mesmo tempo sendo que ela não tá me dando apoio no vestibular e acho que ela não consegue falar comigo disso, o que eu realmente não entendo. Eu queria começar a ver uma psicóloga, mas meu irmão também é prioridade nesse quesito. Tô sentindo pessoas que eram muito próximas de mim se afastando aos poucos e sinto como se eu não devesse fazer nada sobre isso, o que é estranho, mas eu fiz minha parte, e as pessoas não ficam pra sempre na nossa vida. É um ciclo. As vezes sinto uma solidão imensa e prometo a mim mesma não sentir falta dele, mas as vezes, nos dias ruins, eu sinto. Porque querendo ou não, ele já me fez sorrir. Sinto saudades de ter alguém perguntando como foi meu dia, todos os dias... Só que eu me controlo e omito isso. Ninguém precisa saber, certo? Vão me achar fraca por isso, mas eu sei que ter aguentado ficar sem falar isso foi um ato até que bem forte da minha parte.
O problema é que tudo é decisivo agora. Sabe, uma pequena pedra muda seu caminho inteiro. E é esse o grande problema: eu tenho medo de errar. Tenho medo de deixar algum detalhe de fora, de esquecer alguma matéria, de não estudar o suficiente, de não ser o suficiente, de não ir bem na escola, de não conseguir ir bem na redação, de não conseguir passar num vestibular, enfim. Porque meu futuro meio que depende disso. E eu não acredito que ele chegou tão rápido. O futuro tá apenas a alguns meses de mim. E é  a minha chance de sair dessa cidade, de conseguir minha liberdade, minha independência que eu tanto sempre quis. O problema do futuro estar perto é exatamente o tempo. O tempo com que eu vou ter que adequar pra ele, o tempo que eu vou ter que aguentar tudo, o tempo que eu vou ter que deixar de ficar algumas horas lendo ou no computador pra me afundar nos livros, as tardes que eu vou gastar na escola, o tempo do futuro tá me fazendo crescer, e isso não é uma coisa ruim, pelo contrário, isso é ótimo! É só assustador em como tudo está em minhas mãos. É muita responsabilidade, é um passo maior pra me tornar "adulta". O que eu quero pra mim está a meu poder. Pela primeira vez. Isso é o que me assusta. Estou me desapegando de uma grande parte da minha vida. E estou ciente disso e da necessidade disso.
Era pra mim estar estudando geometria, só que eu precisava chorar, eu precisava soltar as palavras que minha mente estava segurando, e eu me sinto mais calma e melhor. Porque as vezes é só isso que eu preciso.. colocar meus pensamentos em palavras. Assim como eu disse a alguém, isso é o melhor que podemos fazer em momentos assim... confusos.





domingo, 17 de fevereiro de 2013

Daydreamin.

Eles chamam sonhar de loucura. De viver fora da realidade. De ser uma incógnita no universo, apenas vagando sem rumo. Eles dizem que quem sonha nunca chega a lugar nenhum. Bom, deixa eu te dizer uma coisa sobre sonhos: eles são os que nos fazem viver, não apenas sobreviver. Eles, por algum motivo, bloquearam seus sonhos ou apenas são pessoas muito covardes, que não conseguem conviver com um erro, aprender com um caminho errado, e sonhar com todo o coração, aceitando todo o caminho mesmo sem saber o que espera ao longo dele. Sonhar não é loucura, é abraçar o mundo, se entregar pra si mesmo, ser dono do próprio destino. Viver fora da realidade? Não. Os sonhos são uma realidade pra quem sonha, e se não é, um dia vai ser, mas uma versão melhorada da realidade.  Quem sonha não vaga sem um rumo, eles tem um rumo traçado na cabeça, eles sabem que o futuro existe, e eles esperam o melhor dele. Quem sonha, sonha sobre o futuro, como você vai estar a alguns anos, você vai fazer o que? Vai achar alguém do jeito que amanhã? Vai estar na faculdade que quer? Vai estar feliz? São tantas questões... e só vamos descobrir a resposta se tomarmos o rumo que nossos sonhos apontam. E quem sonha chega exatamente no lugar que quer chegar. Se nunca desistir, se respirar fundo nas horas onde tudo é convicção pra desistência, se você remar contra a maré e provar pra quem achou que tudo isso era perda tempo, que cada minuto valeu a pena.
Porque sonhar é assim, sabe? Você tem que provar pra si mesmo o tamanho do poder que você tem, pra poder provar mundo do que você é capaz. Deixe que falem. O poder dos nossos sonhos é bem maior do que qualquer comentário negativo. Mas não desista, sabe? Todo sonho vale a pena. Não importa se ele seja o que você considera impossível, a palavra tem uma parte importante que diz possível. E sim, dá pra quebrar o impossível e torná-lo no possível.